Pneumonia: atendimentos de bebês e crianças em UPAs de Fortaleza dobram em 3 meses

Pequenos de até 4 anos são maioria entre casos da doença na capital

Causada por vírus (como coronavírus e influenza), bactérias ou fungos, a pneumonia já levou mais de mil bebês e crianças de até 9 anos de idade a Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza, entre janeiro e abril deste ano.

Por semana, em abril, pelo menos 78 pacientes nessa faixa etária precisaram de atendimento médico nas unidades. Os dados são do Integra SUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), e incluem apenas os casos registrados como “pneumonia”.

A doença, que afeta o sistema respiratório de forma severa, atinge principalmente os pequenos que estão nos primeiros anos de vida. Em 2024, até abril, quase 5 mil pacientes foram atendidos com pneumonia nas nove UPAs de Fortaleza que têm dados divulgados no Integra SUS. 

Do total, 785 tinham até 4 anos e 276 tinham entre 5 a 9 anos de idade.

Vanuza Chagas, médica pediatra, aponta que a pneumonia “pode levar a maiores complicações principalmente nos menores de 2 anos”, faixa que exige cuidado preventivo ainda maior. A especialista destaca, ainda, os fatores de risco que expõem os pequenos:

  • Desnutrição;
  • Ausência de amamentação;
  • Deficiência de vitamina A;
  • Exposição a ambientes com muitos alérgenos, sem higiene adequada;
  • Exposição à fumaça de cigarros;
  • Cartão de vacina desatualizado.

As chamadas “gripes mal curadas” também exigem cuidados para que não evoluam para pneumonia ou deixem o organismo das crianças vulnerável a vírus e bactérias que causem a doença.

“Qualquer processo viral pode deixar uma porta aberta no nosso corpo. Influenza, bronquiolite, Covid e adenovírus, por exemplo, são infecções que podem tanto evoluir para pneumonias virais como deixar o organismo suscetível a bactérias”, alerta a médica.

Como prevenir a pneumonia?

A vacinação é uma das principais e “mais potentes” medidas preventivas contra a pneumonia, já que evita o agravamento de infecções que podem debilitar as defesas do organismo, como cita Vanuza Chagas.

Há ainda outros cuidados que são importantes para evitar a doença:

  • Manter alimentação saudável;
  • Aumentar ingestão de líquido;
  • Aleitamento materno até 6 meses;
  • Manter a criança longe de cigarros;
  • Manter ambiente de casa arejado;
  • Evitar shoppings, aeroportos e outros ambientes fechados.

Sintomas da pneumonia

A médica pediatra descreve que o quadro de pneumonia em crianças se inicia, em geral, com:

  • Tosse; 
  • Febre; 
  • Falta de apetite; 
  • Cansaço.

Vanuza indica, porém, que os sintomas podem evoluir. “Quando a criança fica com sinais de prostração, cansada, com respiração rápida, com unhas e redor da boca roxos, precisa ser levada a um hospital”, recomenda.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, o médico pneumologista Ricardo Reis apontou a tosse produtiva com catarro purulento, a febre e a dor no peito como sinais de alerta da pneumonia, principalmente se associados a uma “prostração e diminuição de apetite”.

Outros sintomas possíveis da pneumonia são:

  • Dor no tórax;
  • Mal-estar generalizado;
  • Falta de ar;
  • Secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada;
  • Toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue);
  • Prostração (fraqueza).

O autodiagnóstico e a automedicação são totalmente contra recomendados.

Tratamento para pneumonia

O Ministério da Saúde informa que “o tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos, e a melhora costuma ocorrer em 3 ou 4 dias”. Mas é indispensável buscar atendimento médico, já que a automedicação põe a saúde em grande risco.