Na semana passada, o Governo Federal divulgou investimentos na criação de seis novos campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Entre eles, está uma nova unidade no bairro São Gerardo, em Fortaleza, onde funcionava a sede da Secretaria da Segurança e Defesa Social (SSPDS). O local, que já teve mudança iniciada, foi doado pelo Governo do Estado e deve ser esvaziado completamente até o fim de 2024.
A sede da Avenida Bezerra de Menezes foi inaugurada em 2008 e funcionou até 2023. No ano passado, foi inaugurado o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), no bairro Aeroporto, que reúne fisicamente a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros, o Centro de Inteligência do Ceará (CIC) e a própria SSPDS, para a qual o prédio dá “maior eficiência administrativa, operacional e logística para as Forças de Segurança”.
Agora, no São Gerardo, restou apenas a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), que teve uma estrutura moderna instalada em 2014. O serviço 24 horas oferece rápido acionamento para a população que presenciou ou foi vítima de alguma emergência. Hoje, ele ainda aguarda transferência para o Cisp.
Segundo Reuber Saraiva, pró-reitor de Administração e Planejamento do Instituto, o imóvel doado segue sob domínio do Estado. Por isso, até o momento, não foi possível uma visita técnica para avaliar o que será preciso reformular para receber cerca de 1.400 estudantes.
“Ali, existe uma edificação grande já construída e vamos aproveitar tudo que já tem pronto, reformando e adaptando para ser uma instituição de ensino. Mas, ainda não tivemos acesso às instalações, então não fizemos fotos nem medidas para verificar como estão as condições. Ainda falta autorização dessa visita”, detalhou o professor em entrevista ao Diário do Nordeste.
Além da adequação do local, o plano inclui a construção de um novo prédio verticalizado de três pavimentos no pátio central. Conforme Reuber, o foco serão salas de aula e laboratórios. O projeto está pronto, aguardando licitação. “Nossa intenção é, até o fim do ano, fazer a licitação, dependendo também da liberação orçamentário do Governo Federal”, explica.
Mudança da Ciops
Em entrevista à Verdinha FM, o titular da SSPDS, Roberto Sá, confirmou que o cronograma da Pasta é que, “até o fim desse ano”, a Ciops seja transferida para o Cisp. No entanto, ainda há um entrave tecnológico porque a central demanda uma série de equipamentos modernos.
“Já existe um espaço reservado, mas como envolve muita tecnologia, estamos na etapa de término de aquisição e implantação de nobreak, gerador, para que isso funcione. Não podemos ter queda nesse serviço que é importante, que é de emergência, uma resposta imediata à sociedade. Essa vinda vai ser muito segura para que não haja descontinuidade, não pode haver interrupção desse serviço”, justificou.
Concurso para professores
Questionado sobre o prazo enxuto para a saída da Ciops, readequação física e acolhimento de alunos - previsto já para o primeiro semestre de 2025, segundo o Ministério da Educação -, o pró-reitor do IFCE ressaltou que o êxito do plano depende de uma série de fatores. Não só estrutura física, mas também da contratação de professores e técnicos administrativos. Segundo ele, devem ser admitidos cerca de 70 docentes, respeitando a proporção de 20 alunos para cada educador.
“Estamos aguardando o concurso para contratar professores e técnicos, porque não adianta só ter o imóvel, precisamos do quadro de pessoal para funcionar”, lembra Reuber. Contudo, a ideia é “usar o que já tem hoje [prédio da SSPDS] para começar mais cedo”.
O investimento para cada campus que o Governo sinalizou foi de R$15 milhões para obras e R$10 milhões para equipamentos. Estamos aguardando. Depois é que poderemos comprar equipamentos para laboratórios, mobiliário, computadores.
Reuber não informou quais cursos devem funcionar no São Gerardo. Segundo ele, o IFCE tem como procedimento, para a implantação de um novo campus, construir coletivamente um estudo de potencialidades. O documento observa quais áreas de estudo são oferecidas na cidade e quais cursos técnicos têm maior potencial de dar oportunidade aos jovens no mercado de trabalho. No momento, o estudo está em elaboração.
Campus Messejana
Fortaleza também deve ganhar um segundo campus do Instituto. O de Messejana será erguido na Av. Washington Soares, ao lado de onde hoje fica o Regimento de Polícia Montada (Cavalaria). Assim como o da Bezerra de Menezes, ele deve receber 1.400 matriculados.
A diferença, aponta Reuber, é que nesse caso o Governo do Estado doou apenas o terreno, de cerca de 31 hectares. Logo, a construção do zero deve demorar mais tempo. “Já fizemos visita, foto, e estamos com a empresa de projeto contratada para fazer as adaptações, analisando o solo. Estamos um pouco mais avançados em relação à Bezerra”, disse.
Além de Fortaleza, haverá instalação de mais 4 campi do Instituto nos municípios de Mauriti, Campos Sales, Lavras da Mangabeira e Cascavel.