Bairros como Meireles, Vila Velha e Cocó concentram os casos positivos para a Covid em meio à circulação da subvariante Ômicron BQ.1, em Fortaleza, como aponta o boletim epidemiológico da Prefeitura, publicado nesta terça-feira (22). Ainda assim, a última morte pela doença na cidade aconteceu no dia 23 de agosto.
O Meireles, na região nobre da capital cearense, tem a maior positividade total com 76 casos de Covid até o momento. Vila Velha, com 40 casos, e o Cocó, com 34, aparecem logo na sequência entre os bairros com maiores números de testes que indicam a infecção pelo vírus.
Na outra ponta, Antônio Bezerra, Barroso, Farias Brito e Jardim das Oliveiras aparecem sem nenhum caso positivo para a Covid durante o mês de novembro. Confira os bairros com mais casos e um mapa completo da cidade mais abaixo nesta reportagem.
Os 10 bairros com mais casos de Covid
- Meireles: 76
- Vila Velha: 40
- Cocó: 34
- Jóquei Clube: 34
- Henrique Jorge: 33
- Papicu: 32
- Vicente Pinzon: 32
- Granja Portugal: 31
- Barra do Ceará: 29
- Sapiranga: 28
Novembro marca uma nova alta de transmissão do coronavírus na cidade: já são 1.750 testes positivos para a doença em 21 dias do mês – foram apenas 47 no igual período do mês anterior. Os registros são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Esse aumento repentino de casos já era esperado e indica uma nova onda de casos, como analisa o infectologista Keny Colares. A 4ª onda da doença aconteceu entre junho e julho em Fortaleza.
“Já se esboça essa onda, mas não temos como dimensionar quanto vai crescer o número de casos, qual vai ser a taxa de complicações, internações e óbitos. Mas estamos, sim, numa onda, só não temos como dimensionar a duração e o tamanho”, frisa o especialista.
Em outubro mesmo, começamos a ver o aumento da concentração de coronavírus nos esgotos, um dos indicadores mais precoces. Depois, começamos a observar o aumento da taxa de detecção
Dois outros fatores, além da presença da subvariante, também contribuem para essa nova onda de casos em Fortaleza: a chegada do período de chuvas e a queda natural da imunidade na população.
“Existem aspectos comportamentais e climáticos. Chegamos a uma época do ano que favorece essas doenças. Também temos muitas pessoas que se vacinaram ou tiveram a doença apenas no primeiro semestre”, acrescenta Keny.
Como se proteger?
As medidas preventivas contra a pandemia, reforçadas por especialistas nos últimos 2 anos, ganha uma relevância maior nesse período. Isso porque alguns eventos podem favorecer a transmissão, como Natal, Réveillon e o Carnaval.
Grande parte da população também ainda não retornou aos pontos de vacinação para tomar a 4ª dose da vacina e estão menos protegidas nesse cenário. Máscaras, vacinas e isolamento em casos de sintomas gripais são as recomendações.
“Se a gente tiver uma nova onda da doença, temos que aumentar a proteção, uso de máscara, fazer alguma restrição, mas provavelmente nada tão drástico como em 2020 e 2021”, pondera Keny Colares.
Confira os sintomas
Os cientistas ainda estão analisando quais são os sintomas específicos na nova subvariante, mas a percepção inicial é de uma sindrome gripal mais leve e que pode representar problemas para quem tiver comorbidade.
Ao contrário das outras cepas da doença, os sintomas da ômicron costumam ser mais leves, já que a variante tem uma reprodução mais rápida nas vias aéreas, poupando a região do pulmão – característica também associada à proteção vacinal.
Os principais sintomas de Covid-19 causada pela variante Ômicron, atualizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em abril deste ano, são:
- Dor de garganta;
- Dor de cabeça;
- Coriza (nariz escorrendo);
- Tosse;
- Febre;
- Dor no corpo.
Keny Colares explica que o que se sabe, por enquanto, é que a subvariante BQ.1 “tem a capacidade de escapar um pouco mais da imunidade da vacina ou de infecção prévia", ou seja, mesmo quem já se vacinou ou já pegou Covid por estar suscetível e precisa adotar medidas preventivas em caso de nova onda.