Após a morte do motorista Milton Sanca, de 39 anos, natural de Guiné-Bissau, a família organiza uma campanha para arrecadar dinheiro para o translado do corpo dele. Natural do país da África Ocidental, Milton morreu em Fortaleza após passar mal e sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no fim de abril
Ele veio para o Brasil em 2019, com a intenção de dar uma vida melhor para a esposa e os quatro filhos, que ficaram em Guiné-Bissau.
Segundo com o irmão do motorista, Adilson Victor Oliveira, Milton faleceu no dia 25 de abril, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Ele acordou com uma forte dor de cabeça e teve piora no quadro à noite, quando foi constatada uma hemorragia, durante consulta em uma Unidade de Pronto de Atendimento (UPA).
"Ele não tinha história de doença. Depois da hemorragia interna, ele foi levado para o HGF, onde foi intubado. Ele não resistiu, pois os médicos disseram que o sangramento não tinha como ser corrigido com cirurgia", conta o doutorando em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC), que está em Fortaleza desde 2016.
O corpo já foi liberado pelo hospital, mas a família não tem condições de arcar com os custos da funária e da companhia aérea que faz o translado. Conforme Adilson Victor, tudo fica em torno de R$ 40 mil. Até o momento, eles arrecadaram R$ 10 mil em doações por transferência bancária.
Milton morava com um colega no bairro Antônio Bezerra. Segundo o irmão, ele veio para a Capital cearense há cerca de três anos, com a intenção de estudar. Com a começo da pandemia, ele se viu obrigado a somente trabalhar como motorista de uma empresa para se sustentar e enviar dinheiro para Guiné.
Como contribuir com a campanha?
Dados bancários:
- Adilson Victor Oliveira
- Pix: 709.626.701-89
- Banco Bradesco
- Agência: 5449
- Conta: 0011198- 8
- Carlos Zacarias Joaquim Júnior
- Banco : Nu pagamentos S.A
- Agência: 0001
- Conta: 86370605-5
- Banco: 0260
Questão humanitária
De acordo com Ana Eugênia, estudante da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), o translado do corpo de Milton Sanca é uma questão humanitária, perpassa tradições étnicas de Guiné-Bissau, além de ser importante para a família.
"É importante destacar que é um dever nosso enquanto Brasil e Ceará contribuir. Quando o Milton chegou aqui, em 2019, ele sempre trabalhou, pagou imposto, moradia, comprou alimento. E também não podemos perder nossa capacidade de ser solidária e sentir a dor do outro", comenta a integrante do movimento quilombola.
Para o irmão de Milton, o guineense era uma "esperança da família". "O corpo dele tem muito significado para nós. Precisamos que a família possa visitar ele quando puderem, além de precisarmos que o corpo esteja em Guiné para todos os rituais, para ele poder descansar"