Jovens são maioria dos atendimentos por gripes nas UPAs de Fortaleza; veja sintomas e prevenção

Neste ano, o vírus da influenza A foi responsável pela maior parte das internações por quadros respiratórios com identificação viral, com 32,1% do total de confirmados

Fortaleza registrou 28.705 atendimentos por síndromes gripais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital até o dia 11 de agosto. Do total, 10.903 foram de jovens, ou seja, 38% de todos os acolhimentos nas UPAs, de acordo com a plataforma IntegraSUS, portal de dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

As síndromes gripais registradas são as causadas por influenza e por outros vírus não identificados. Para o médico infectologista do Hospital São José, Pedro Ítalo Gomes, os jovens são os principais infectados pelas síndromes gripais porque é o público mais exposto ao ambiente e a aglomerações.

“A população mais jovem está mais vulnerável aos vírus, por ser uma população economicamente ativa, tem mais contato com outras pessoas em diversos contextos de aglomeração. Isso contribui para uma maior disseminação de doenças, tendo em vista que elas são transmitidas de pessoa para pessoa.”

Apesar de estarem mais expostos e suscetíveis a contrair doenças respiratórias, os jovens não fazem parte dos grupos prioritários, Pedro destaca os grupos que necessitam de um cuidado maior para evitar contrair uma gripe: os imunossuprimidos, crianças e idosos.

Ao ser questionado sobre o porquê de a influenza ser uma das doenças mais contraídas, tendo em vista que é prevenível por meio de vacina, o infectologista destaca que a população, de certa forma, “negligenciou” a vacinação da gripe, principalmente nos anos pandêmicos.

No Ceará, a cobertura vacinal contra a influenza de gestantes, puérperas, idosos, crianças e de indígenas vivendo em terras indígenas em 2024 não atingiu nem 50% da meta, de acordo com os dados da Rede Nacional de Dados em Saúde do Ministério da Saúde até o dia 15 de agosto.

Vírus que circulam no Ceará

Após a pandemia de covid-19, a Secretaria acompanha a incidência dos vírus SARS-CoV-2 e de outros que circulam de forma sazonal no Ceará, como o da Influenza A e B, que causam síndromes gripais, e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador de bronquiolite. 

Neste ano, o vírus da influenza A foi responsável pela maior parte das internações por quadros respiratórios com identificação viral, com 32,1% do total de confirmados. De acordo com a fisioterapeuta Ana Cabral, Coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Ceará, a influenza é ‘imunoprevenível’, ou seja, pode ser evitada através da vacinação.

A especialista destaca que a influenza atinge, principalmente, as pessoas com comorbidades, idosos e as crianças. Entre os métodos de prevenção, Ana Cabral destaca a importância da vacinação para doenças imunopreveníveis.

“A principal forma de prevenção para as doenças causadas por vírus respiratórios, e que são imunopreveníveis, é a vacinação. Caso a doença não seja imunoprevenível, a pessoa deve adotar as medidas básicas de higiene, como lavar as mãos, evitar situações que esteja exposto aos vírus respiratórios, evitar contato com pessoas gripadas e usar máscara caso contraia uma doença respiratória. São medidas de prevenção importantes para evitar contrair e transmitir as síndromes gripais.”

Além da vacinação, o Ministério da Saúde detalha outras medidas de cuidados básicos, como:

  • Cobrir nariz e boca ao espirrar e tossir;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal;
  • Evitar tocar nas mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Manter os ambientes ventilados;
  • Utilizar lenço descartável.

Confira os principais sintomas da influenza:

  • Febre
  • Dor de garganta
  • Tosse
  • Dor no corpo
  • Dor de cabeça

Segundo o Ministério da Saúde, o quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade. Já em crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais, popularmente conhecidas como ínguas, indicando uma infecção ou inflamação próxima ao pescoço, e também podem fazer parte os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais.

Na população idosa, quando infectados, quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas, em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. A principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no país, segundo o Ministério da Saúde.

*Sob a supervisão da jornalista Dahiana Araújo