A cearense Isadora Cristina Pinheiro, de 17 anos, fez uma 'vaquinha' para tentar realizar o sonho de cursar medicina. Estudante da Escola Pública Estadual Dr. César Cals, no bairro Farias Brito, em Fortaleza, a jovem foi aprovada em Medicina na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), mas não tem como custear a mudança de estado e os estudos.
A família decidiu que irá acompanhar a jovem. O pai dela, o aplicador de insulfilme Júnior Rodrigues, de 46 anos, está com uma promessa de emprego para junho. No entanto, Isadora já foi convocada para o primeiro semestre, tendo apenas algum tempo a mais em razão da greve nas universidades públicas.
“Estamos com muita esperança. Esse sempre foi o sonho dela, desde pequena, e a Isadora nunca desistiu. Foi ficando cada vez mais forte”, disse a mãe, a dona de casa Isabel Cristina, de 57 anos.
“Nós sempre a apoiamos, e ela também teve muito apoio dos professores e da escola, que é muito boa. A Isadora foi a primeira menina a passar em medicina lá, mas muitas pessoas foram aprovadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, completou.
Trajetória em busca do sonho
O sonho de se tornar médica surgiu a partir das experiências pessoais. Ela, que é portadora de uma doença rara chamada osteocondromatose múltipla, foi acompanhada por diversos profissionais da saúde desde a infância. "Por isso, desde pequena, fiquei com vontade de ajudar os outros, assim como fui ajudada”, relatou.
Para alcançar o objetivo, no ano passado, Isadora encarou uma rotina exaustiva. A jornada iniciava às 6h30, com destino à escola. Depois, seguia para um cursinho de redação, voltando para casa somente às 19h. Mas ainda não era a hora do descanso.
À noite, a jovem ia para o terceiro turno de estudos.
“Venho de escola pública e nunca tive ninguém perto de mim que tivesse passado em Medicina”, contou.
A felicidade da aprovação, no entanto, foi tomada pelo pelo temor de não conseguir realizar o sonho, apesar de ter chegado tão perto.
Foi então que os colegas da escola e o professor do curso de redação começaram a campanha para ajudá-la. Até o momento, foram arrecadados R$ 6 mil. Não existe uma meta.
Todo o valor será utilizado para a mudança de estado e o custeio dos estudos.
Como ajudar
Realizar o Pix para o número de telefone: (85) 986614205.