Incêndio no Parque do Cocó não tem previsão para acabar; Corpo de Bombeiros segue combatendo fogo

Corporação detalhou que chamas são subterrâneas e estão em local sem acesso para viaturas

O incêndio no Parque Estadual Cocó continua nesta sexta-feira (19), pelo segundo dia consecutivo, em Fortaleza. Não há previsão de quando o fogo será controlado, segundo o Corpo de Bombeiro, que segue atuando nesta manhã para debelar as chamas no local.

Conforme a corporação, cerca de 30 agentes atuam no local, em esquema de turnos. Por estar em um local sem acesso para viaturas, o combate às chamas é considerado difícil e realizado a pé. Os militares contam ainda com helicóptero e retroescavadeira.   

"A gente não tem uma estimativa de quando é que vai se encerrar as nossas operações. [...] A gente vai ficar aqui o tempo que for necessário. O processo [de combate] é lento, sabemos disso", declarou o coronel Cláudio Barreto, em entrevista a TV Verdes Mares

Durante a madrugada, os militares conseguiram eliminar diversos focos de calor na reserva ambiental. No entanto, como o fogo que alimenta o incêndio não está na superfície, e sim no subterrâneo, o combate ao incêndio é considerado difícil, conforme explicou o representante do Corpo de Bombeiro.  

Esse fogo não está na superfície, é um 'fogo de turfa', ou seja, ele está debaixo da terra. Isso dificulta cada vez mais o nosso trabalho".
Cláudio Barreto
Coronel do Corpo de Bombeiros

Nesta manhã de sexta-feira, há pouco focos de calor, no entanto, segundo o coronel, a expectativa é que o número cresça devido ao aumento da temperatura ao longo do dia.

"A expectativa é que durante o dia, a umidade tende a diminuir, a temperatura tende a aumentar, e a gente pode ter também o aumento da velocidade dos ventos. Então, todos esses fatores tendem a piorar a questão do incêndio", detalhou o capitão Fábio Plutarco à emissora do Sistema Verdes Mares.    

Fumaça atinge cidade vizinha

A fumaça gerada pela combustão no Parque Estadual do Cocó pode ser avistada a quilômetros de distância, chegando a, inclusive, outro município: Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Cláudio Barreto explicou o que provoca esse fenômeno: 

"O que proporciona esse fator é exatamente o local [onde acontece o incêndio], que é muito aberto, não há prédios. O vento arrasta toda e qualquer fuligem que está no local, então ela se propaga, e vai a uma média de 15 a 20 quilômetros [de distância]."   

   

Diversos bairros na Capital também registram o céu acinzentado, inspirando cuidados, em especial, com criança e idosos, conforme alerta os Bombeiros.

"Principalmente crianças e idosos, se tiverem algum problema respiratório, saiam das suas casas e vão para um local mais seguro. Fechem as portas e as janelas", orienta o coronel dos Bombeiros. 

"Ontem, era uma situação e, hoje, é uma situação completamente diferente. Eu tenho, sim, fumaça no local, mas essa fumaça é muito menor do que o dia de ontem", completa. 

Além de comprometer parte da visibilidade na Cidade, a fumaça pode ainda gerar irritação no nariz, garganta e olhos.

Causa do incêndio

motivação do incêndio ainda não foi descoberta pelas autoridades. Equipes da Polícia Civil e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) estiveram no local, na noite dessa quinta-feira, para auxiliar nas investigações do caso. 

O governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), informou, por meio de publicação nas redes sociais ainda nessa quinta, que está acompanhando as operações do Corpo de Bombeiros e determinou a "apuração rigorosa sobre as causas do incêndio".

Animais mortos

Além do dano a flora do Parque do Cocó, o fogo também atinge a fauna. Durante o combate, agentes do Corpo de Bombeiros encontraram corpos de diversos animais, como tartarugas e cobras, que foram vítimas das chamas. No entanto, também foram achados animais vivos.  

"O prejuízo é grande, porque mesmo essa área da vegetação sendo, praticamente, toda de capim, tem uma quantidade de biodiversidade enorme, de plantas herbáceas. Não é só o capim, são várias outras plantas herbáceas, que dão um apoio à floresta e toda a fauna — de animais, anfíbios, insetos, mamífero —, que tem ninho, que tem residência no parque. Então, o prejuízo ambiental é enorme. Depois, a gente vai tentar medir para poder, na sequência, recuperar essa perca", disse o gestor do parque, Narciso Mota, à TV Verdes Mares.

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