Funcionária chamada de 'macumbeira' por colegas receberá R$ 20 mil de indenização de empresa do CE

A empresa de tecnologia foi acusada de intolerância religiosa

Uma empresa de tecnologia de Fortaleza foi condenada a pagar R$ 20 mil em danos morais a uma funcionária pela prática de intolerância religiosa contra ela. A mulher era chamada de “mãe de santo” e “macumbeira” por supervisores e colegas de trabalho. 

A sentença foi dada pela 10ª Vara do Trabalho de Fortaleza, por meio da juíza Regiane Ferreira Carvalho, no dia 20 de junho. Segundo a magistrada, foram verificadas ações preconceituosas presenciadas por colegas da funcionária durante audiências. 

Uma das testemunhas disse que presenciou uma situação onde um supervisor pediu que a vítima fosse "pular 70 ondinhas para resolver" um problema. 

Colegas chegavam a anunciar a chegada da trabalhadora de forma pejorativa: "Chegou a macumbeira". Ela também era assunto em grupos de WhatsApp, conforme apuração da Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial.

Além das discriminações, a mulher, que era prestadora de serviços no cargo de comerciante de varejo, alegou não ter recebido horas extras e verbas rescisórias de forma correta.

Empresa não agiu contra intolerância 

Para a juíza da Justiça do Trabalho, a empresa falhou em agir para impedir que a funcionária continuasse sendo discriminada pelos colegas, o que justificada a indenização. 

"[...] além de não haver anotação da condição de vendedora externa na carteira de trabalho, uma testemunha, a qual trabalhava junto da obreira, disse que elas enviavam o horário de trabalho por meio do aplicativo whatsapp para o supervisor após a jornada, por volta de 19h30/20h. Acerca do intervalo, ela fala que se '1alimentavam e subiam as vendas' ao mesmo tempo", diz o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 7ª Região.