As volumosas chuvas que caem no Estado desde o início deste ano têm garantindo boa recarga hídrica nos reservatórios cearenses. A alegria de ver os açudes enchendo e tantos outros sangrando, vem acompanhada de uma preocupação: os riscos que esses mananciais escondem.
Há cerca de um mês uma mulher morreu afogada ao entrar no açude Nação, na cidade de Itapipoca. Conforme o Corpo de Bombeiros, ela residia havia pouco tempo no Município e não conhecia bem o local. Seu esposo e a enteada de 7 anos também se afogaram, mas conseguiram ser resgatados com vida.
O tenente coronel Mardens Vasconcelos, Comandante da 5ª Companhia do 3º Batalhão de Bombeiros, em Itapipoca, alerta que casos como este são "bastantes comuns nesses meses chuvosos" . O especialista detalha uma série de cuidados que os banhistas devem adotar antes de entrar em rios ou açudes.
"A primeira recomendação é não entrar em qualquer que seja o manancial após ter ingerido bebida alcoólica. Isso é muito perigoso", aponta Mardens.
O comandante acrescenta ainda que "as pessoas não devem entrar em águas desconhecidas, por não saber qual a profundidade e acabam se afogando, como provavelmente deve ter acontecido com a mulher que morreu em Itapipoca no mês passado".
Outro alerta feito por Mardens Vasconcelos diz respeito às crianças. "É preciso redobrar a atenção. Aconselhamos que a distância de segurança que os pais ou responsáveis mantenham aos jovens seja de um braço estendido. Exceder essa margem pode dificultar um possível resgate", explica.
Saltos e correnteza
Pular de pontes também é uma prática desaprovada pelo Corpo de Bombeiros. Cenas de pessoas pulando de pontos elevados se torna comum nesta época do ano em que açudes e rios conquistam recarga hídrica. Dentre os perigos, Mardens destaca o risco de choque com carcaças de animais e galhos que acabam sendo arrastados pela correnteza.
Correnteza essa que, inclusive, também deve ser motivo de bastante atenção. "Ao fazer o uso recreativo destes locais, é importante ficar atento à força das águas. Muitas vezes as correntezas que se formam são muito fortes e podem arrastar os banhistas", alerta o tenente coronel Vasconcelos.
Nestas áreas onde há maior risco de afogamento, o comandante do Corpo de Bombeiros diz que cabe à Prefeitura instalar placas informando quanto aos perigos existentes.
Questionado sobre quantos resgates foram realizados pela corporação neste ano, Mardens explicou que "um levantamento está sendo feito de todas as ocorrências deste início de ano e tão logo seja concluído, será divulgado".