Com um mês, quinta onda de Covid foi a mais curta no Ceará

Período de baixa transmissão acontece devido à vacinação e surgimento de variantes menos agressivas

Nesse mesmo dia, há um ano, 10 mil cearenses receberam o diagnóstico de Covid. Naquela época, o Estado vivia a 3ª onda da doença que marcou o início do ano com uma explosão de infecções. Com ampla vacinação e o surgimento de variantes menos agressivas, a última elevação dos casos, em novembro, durou apenas um mês.

E desde então o cenário é de baixa transmissão viral. Nesta quarta-feira (10), por exemplo, apenas 90 pessoas testaram positivo.

Para se ter uma dimensão disso, entre dezembro de 2021 e os 10 primeiros dias de 2022, 74.030 pessoas foram contaminadas pela Covid. Neste igual período de “virada de ano” para 2023, foram 26.444 casos da doença. Isso representa uma queda de 64,3%.

Os dados são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) que monitora o avanço da doença em todo o Estado e disponibiliza essas informações na plataforma IntegraSUS. Lá é possível perceber que o Estado viveu cinco ondas da doença.

Desde o início da pandemia no Ceará – onde os primeiros casos foram oficialmente confirmados no dia 15 de março – a 5ª onda foi a mais rápida. Os números começaram a crescer por volta do dia 15 de novembro de 2022 e em um mês começaram a cair.

Essa oscilação pode estar relacionada à chegada das subvariantes da Ômicron BQ.1 e BE.9 no Estado. Mas isso aconteceu num contexto em que mais de 5 milhões de pessoas receberam o reforço da vacina contra a Covid no Ceará. 

A 4ª onda da doença afetou os cearenses entre junho e agosto. O dia mais crítico foi 1º de julho, quando 6 mil pessoas testaram positivo. 

Já a 3ª onda de Covid no Ceará, quando a Ômicron começou a se espalhar, houve a maior transmissão já registrada da doença. Entre 20 de dezembro de 2021 e 20 de fevereiro de 2022, período que compreende o aumento, foram 275.298 casos e 1.543 mortes.

O começo da 2ª onda se confunde com o final da 1ª, quando os casos altos de outubro de 2020 foram crescendo com constância até março de 2021. Mas os números só caíram mesmo em julho daquele ano.

Esse movimento está relacionado à variante gama do coronavírus, que levou à morte um número expressivo de cearenses. Entre janeiro e junho de 2021, 13.844 pessoas não sobreviveram à infecção. Foram quase 570 mil testes positivos no período.

O Ceará vivenciou a 1ª onda da doença entre abril e agosto de 2020 – momento em que profissionais da saúde não conheciam a doença. Em Fortaleza, o pico dessa fase aconteceu entre abril e maio, quando a média móvel era superior a 600 casos.

Vacinação

Apesar do cenário de baixa transmissão viral, a orientação de especialistas permanece sendo a de completar o esquema vacinal, conforme as recomendações do Ministério da Saúde. Isso porque há queda da proteção conferida pelas vacinas em cerca de 6 meses.

No entanto, uma parcela relevante dos cearenses não voltou para tomar esse reforço na imunização e isso compromete a proteção individual e coletiva.