A praça símbolo de Fortaleza está com o principal ícone incompleto: a Coluna da Hora na Praça do Ferreira está sem o relógio. Os marcadores redondos no alto do monumento de 13 metros que apontam o horário nas quatro direções do logradouro foram retirados.
Ambulantes que atuam na Praça afirmaram ao Diário do Nordeste, nesta quinta-feira (4), que os relógios “sumiram” ainda no mês passado. Mas apesar da falta perceptível, nenhum soube explicar o motivo.
Questionada pela reportagem, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), informou, em nota que “o relógio da Coluna da Hora da Praça do Ferreira foi retirado para manutenção nas máquinas e mostradores”.
Segundo a gestão municipal, o serviço teve início dia 26 de junho e será concluído até o fim de julho.
História da Coluna da Hora
A Praça do Ferreira foi inaugurada em fevereiro de 1829. E, desde então, já passou por inúmeras reformas e transformações.
Conforme já mostrado pelo Diário do Nordeste, em 1932, o prefeito Raimundo Girão mandou derrubar o coreto, e em substituição, construiu a “Coluna da Hora”, um de “seus símbolos máximos”, conforme aponta a dissertação de mestrado “A Praça do Ferreira em Quatro Tempos: Paisagismo e Modernidade em Fortaleza”, de Julia Santos Miyasaki.
O relógio de 4 faces, oriundo da América do Norte, foi então instalado servindo de orientação para todos os lados do logradouro.
A inauguração pós-reforma ocorreu em 31 de dezembro de 1933. De acordo com a dissertação, a Coluna da Hora ganhou destaque também por ser “um objeto extremamente verticalizado para a época, que podia ser facilmente percebido devido à escala dos edifícios localizados no entorno”.
Mas, conforme o Diário do Nordeste também já mostrou, em 1967, em uma reforma da Praça e a partir de uma decisão impopular do então prefeito José Walter, a Coluna da Hora e o Abrigo Central foram derrubados e no logradouro foram instaladas várias estruturas de concreto e jardins suspensos, impedindo a visão do lado oposto da praça.
Porém, em 1991, na gestão de Juraci Magalhães, a praça foi reformada novamente chegando ao atual formato. Entre agosto e dezembro daquele ano, a Praça passou pela última grande reforma. Nela, uma nova Coluna da Hora, com 13 metros de altura, foi colocada no logradouro e 74 árvores foram transplantadas do horto municipal para o equipamento.
O projeto arquitetônico foi de Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon, que tentaram resgatar a Praça do Ferreira de sua primeira inauguração em 1933, onde existia a Coluna da Hora, cartão postal da cidade.