Chuvas de março já superam média mensal histórica no Ceará; índice é o 5º melhor do milênio

Nos últimos 21 anos, em apenas cinco, além de 2022, março fechou acima da média histórica

Mesmo ainda restando uma semana para o fim do mês, o acumulado de chuvas em março deste ano no Ceará já superou a normal climatológica para o período, que é de 203.4 milímetros.

Conforme dados parciais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), levantados pelo Diário do Nordeste, o Estado já acumula 209.8 milímetros de chuva, o que representa 3,2% acima da normal climatológica.

Este já é o 5º melhor março do milênio. Nos últimos 21 anos, em apenas cinco, além de 2022, março fechou acima da média histórica (2020, 2019, 2009, 2008 e 2003).

O ano com maior volume acumulado no período foi em 2008, quando a Funceme registrou 332.8 mm, índice 63.6% superior à média. Já o ano com menor índice foi em 2010, com apenas 74 mm ou 63% abaixo da normal climatológica.

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Com a tendência de continuidade de chuvas para os próximos dias, março de 2022 pode superar anos como o de 2019, 2003 e 2020.  Para os próximos dois dias, a Funceme prevê chuva no Cariri, sul do Sertão Central e Inhamuns e também sul da Jaguaribana. "Nas demais regiões, chuvas isoladas", acrescenta o órgão.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) renovou alerta que aponta risco de chuvas e ventos fortes em todo o Ceará. Conforme o aviso, válido até às 10 horas de amanhã (24), há possibilidade de o Estado receber precipitações entre 30 e 60 milímetros por hora ou de 50 a 100 mm/dia, além de ventos intensos com rajadas que podem chegar a  100km/h.

Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Alerta meteorológico do Inmet

Açudes cearenses 

O robusto volume de chuva registrado neste mês tem contribuído para garantir boa recarga aos açudes cearenses. Atualmente, são 12 reservatórios sangrando e outros cinco estão com volume acima dos 90% e podem verter a qualquer momento. O mais próximo deles é o açude Angicos, em Coreaú, cujo volume atual é de 97,67%.

  • Açudes sangrando: Acaraú Mirim (Massapê), Caldeirões (Saboeiro), Do Coronel (Antonina do Norte), Muquém (Caríus), Itaúna (Granja), Gameleira (Itapipoca), Quandú (Itapipoca), Germinal (Palmácia), Itapebussu (Maranguape), Tijuquinha (Baturité), Rosário (Lavras da Mangabeira) e Ubaldinho (Cedro)
  • Açudes com volume acima dos 90%: Angicos - 97,67% (Coreaú), Barragem do Batalhão - 97% (Crateús), Batente - 92,31% (Ocara), Açude Sobral - 95,76% e Mundaú - 93,03% (Uruburetama)

No lado oposto, estão 66 reservatórios cujo volume está inferior a 30%. Destes, nove (Adauto Bezerra, Barra Velha, Cedro, Forquilha II, Madeiro, Mons. Tabosa, Pirabibu, Salão e Trapiá II) estão totalmente secos. Ao todo, o volume médio dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) é de 25,6%.