Na tarde deste domingo (19), o bloquinho "Autistas na Folia" promoveu a alegria de crianças e adolesecentes em Fortaleza. A atividade foi organizada pela Associação Pintando Sete Azul (APSA-CE), em parceria com o Clube da Sivozinha. Todos os anos, a entidade promove estas ações para pessoas com autismo durante o Carnaval.
O ano de 2023 marca um momento especial, pois é a primeira edição realizada na nova sede da associação, fruto de doação. O bloquinho levanta a bandeira de que o lugar da criança autista é onde ela quiser. Criada em 2015, a APSA começou na internet e hoje conta com 400 famílias cadastradas e atendidas.
A ONG ainda possui loja no Shopping Benfica e toda a renda adquirida com a venda dos produtos são revertidos à causa. De acordo com a fundadora e presidente da APSA, Kellyane Chaves, a atual sede possui estrutura capaz de atender as demandas dos pequenos foliões.
"Uns, por conta da parte sensorial, gostam da música. Outros já preferem um lugar mais calmo. Aqui na casa podemos oferecer estes dois espaços. Na frente fica mais o barulho e atrás uma área mais calma", descreve. Cerca de 200 visitantes são esperados.
Interação e acesso à cultura
A criançada pode aproveitar o feriado com músicas, brincadeiras, esporte e atividades de pintura. Tudo organizado com o intuito de receber bem e atender às necessidades de cada participante.
"Não é só o Carnaval, tem a possibilidade da criança conhecer uma outra casa e os pais criarem uma rede de amigos", conta Kellyane. Quando o familiar recebe o diagnóstico, detalha a presidente, é comum muitos pais se afastarem.
Uma atividade como a do bloquinho deste domingo é uma forma de aproximar as crianças de eventos sociais e permitir o acesso à cultura. Um lazer para toda a família.
Carnaval como ponte
Uma série de profissionais atua de forma voluntária com a Associação. Possui educador físico, psicopedagoga, psicóloga, pedagogas, fonoaudiólogas, terapeuta ocupacional, entre outras áreas. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 2 milhões de brasileiros possuem diagnóstico positivo de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
"Fazer o Carnaval aqui hoje é justamente essa ponte. O que funciona para o autista, ele precisa adquirir confiança e depois vira um folião. Vem, conhece com um sonzinho mais baixo e pode se a habituar a ir a outros blocos da cidade. Nós já desfilamos no Carnval da Domingos Olímpio. Nós as preparamos", finaliza Kellyane Chaves.