3 a cada 10 cearenses já responderam ao Censo 2022 em agosto; 23 mil lares negaram entrevista

Foram contabilizados, até o momento, 5.665 quilombolas na primeira vez em que essa população entra nos recortes do questionário

O Censo Demográfico 2022 já foi respondido por 2.991.664 cearenses, em 1.018.081 domicílios, entre os dias 1º e 29 de agosto, como aponta o primeiro balanço da coleta de dados, divulgado nesta terça-feira (30). No mesmo período, moradores de 23 mil lares (2,28%) recusaram a entrevista. A pesquisa segue até 31 de outubro.

O Ceará deve ter uma população de 9,2 milhões de habitantes em 2022, conforme a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada anteriormente. Dessa forma, cerca de um terço do quantitativo já foi alcançado pelos recenseadores.

O Censo Demográfico evidencia a realidade socioeconômica da população e pode guiar políticas públicas para reduzir desafios históricos, como desigualdades sociais. O último levantamento foi feito em 2010, e a renovação para 2020 foi adiada por causa da pandemia.

Entre os participantes da primeira etapa no Ceará, 1.564.851 são mulheres (52,3%) e 1.426.813 homens (47,7%). O Diário do Nordeste já noticiou que o Estado tem a menor proporção de homens no Brasil.

“Estamos andando em áreas diferentes da cidade, recenseando, e esperamos que até o dia 31 de outubro nós já tenhamos encerrado", resume Francisco Lopes, superintendente do IBGE Ceará.

O primeiro balanço também aponta o recorte de povos e comunidades tradicionais. Nesta etapa, foram identificados 12.605 indígenas e 5.665 quilombolas cearenses - esta, inclusive, é a primeira vez que o Censo contabiliza a população em quilombos.

O Censo sempre recenseou pessoas indígenas ou quilombolas, mas agora o IBGE fez um questionário específico. Quando alguém diz que é indígena, existe um bloco exclusivo para fornecer mais dados sobre essas pessoas
Francisco Lopes
Superintendente do IBGE Ceará

Consulta nos lares cearenses

As respostas para a elaboração do Censo Demográfico 2022 acontecem, principalmente, de forma presencial: 1.015.978 (99,8%) de domicílios. Além destes, 1.045 residências optaram por responder pela internet e 1.058 pelo telefone.

Quanto ao tipo de questionário, 889.398 lares (88,6%) responderam ao questionário básico e 114.631 (11,4%) ao ampliado, percentual consistente com a amostra definida pelo Instituto.

Em um mês, os recenseadores não conseguiram respostas em cerca de 23 mil (2,28%) lares cearenses devido à recusa dessas pessoas. No entanto, o IGBE aponta que essa taxa deve reduzir conforme avança a operação para o Censo 2022.

O recenseador faz algumas tentativas e, caso a família negue dar entrevista, a situação é encaminhada para o supervisor. É feito um trabalho de conscientização sobre a relevância dos dados para a sociedade.

“São opiniões pessoais, mas o que compete a gente é mostrar a importância do censo em mostrar como somos e a condição de vida do brasileiro. Além disso, fornecer indicadores indispensáveis planejamento de políticas públicas”, completa Lopes.

Essa taxa de recusa, como pondera o Instituto, é menor que a da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral (PNADC/T), que acontece de forma regular. No 2º trimestre de 2022, a recusa foi de 3,79% no Ceará.

O Estado está dividido em 19.810 setores censitários urbanos e 10% já foram concluídos. Uma parcela de 39,6% está com o Censo em andamento.

Esse balanço mostra que o Ceará está em 1º lugar entre os estados em termos de percentual de setores concluídos e o 14º em percentual de setores em andamento.

Como está o Censo 2022 no País?

Já foram recenseadas 58.291.842 pessoas, em 20.290.359 domicílios no Brasil, entre os dias 1º e 29 de agosto. Confira a divisão por região do País:

  • Região Nordeste: 36,51%
  • Sudeste: 35,51%
  • Sul: 11,87%
  • Norte: 9,44%
  • Centro Oeste: 6,67%

As respostas até o momento abrangem 47,8% de homens e 52,2% de mulheres. Os recortes apontam, 450.140 indígenas (0,77%) e 386.750 quilombolas (0,66%) entre os participantes.

Cerca de 2,3% dos domicílios se recusaram a responder, percentual que se espera ser reduzido até o final da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência, conforme o IBGE

Em relação ao tipo de questionário, 88,2% dos domicílios (17.697.415) responderam ao questionário básico e 11,8% (2.365.208) ao ampliado.

O tempo mediano de preenchimento tem sido de 6 minutos para o questionário básico e de 18 minutos para o questionário ampliado.

A maior parte dos questionários (99,7%) foi respondida de forma presencial, sendo que 34.055 domicílios optaram por responder pela internet e 30.202 pelo telefone.