O Filho de Deus se encarnou e entrou no nosso mundo, querendo que as pessoas percebessem que Ele carregou consigo uma marca: a natureza divina do Verbo de Deus que se encarnou e veio se estabelecer entre nós. Neste tempo precioso do Advento, que precede o Natal do Senhor, somos chamados a nos voltar para a realidade misteriosa do Redentor da humanidade, que veio ao mundo como uma criança frágil, vivendo na sociedade de seu tempo. É o filho de Maria de Nazaré e do carpinteiro José que quer uma única coisa: neutralizar a montanha do orgulho e do egoísmo, amparado pela forte simbologia do manto da paz, da justiça, da ternura e da solidariedade.
Caminhamos, aos olhos da fé, ao encontro da incontestável "troca de dons entre o céu e a terra", dentro de um ambiente nem sempre favorável, mas compreendido no aviso divino para os entendedores, no recado de Dom Helder Câmara: "Quando houver contraste entre a tua alegria e um céu cinzento, ou entre a tua tristeza e um céu em festa, bendiz o desencontro, que é um aviso divino de que o mundo não começa e nem acaba em ti".
Jesus quer nossa atenção, colocando-nos à sua disposição, como colaboradores lúcidos e responsáveis, no ardente desejo de edificar seu projeto de amor, na sonhada e indissolúvel esperança da terra se transformar em céu e do céu se transformar em terra.
É Deus mesmo, tão pequeno na gruta de Belém, que, na sua bondade e ternura, quer alegrar o mundo de verdade, pelas palavras luminosas e cheias de graças do Anjo no Evangelho: "Eis que anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo".
Geovanne Saraiva
Padre e jornalista