A Morte do Rio Cocó

A qualidade das águas disponíveis no Rio Cocó para a manutenção da flora e fauna naturais e para os diferentes usos pelo homem quer para o abastecimento urbano, industrial, animal, lazer ou para a irrigação na agricultura, é resultante das condições naturais da bacia hidrográfica e das atividades humanas desenvolvidas nessa bacia hidrográfica. Daí que o volume de água do citado manancial deve satisfazer física e economicamente aos seus usuários ao compararmos com o volume necessário para satisfazer a essas necessidades, mantendo-os equilibrados sob o ponto de vista econômico, social, político e ambiental, porém, o que tem-se observado nos últimos dias, através de informações veiculadas através da imprensa, é da ocorrência de um extermínio da sua fauna natural, confirmando que a poluição e o desmatamento ciliar são as causas, sendo que são mais desastrosas do que o aparecimento de conflitos entre alguns usos.

Ao que parece, diante do que aconteceu, está se consolidando que os municípios (Pacatuba, Maracanaú, Aquiraz e Fortaleza),integrantes da bacia hidrográfica mostram que não possuem um plano de gerenciamento sistêmico e integrado dos recursos hídricos, o que evidencia a necessidade de um novo modelo de gestão e administração em que se deve mostrar a importância e presença do município. A nosso ver, esta foi a principal razão da ocorrência do desastre ambiental ocorrido, e de nos colocarmos numa situação crítica em relação à preservação, conservação e manutenção das águas da bacia hidrográfica do Rio Cocó.

Diante do quadro atual, vimos a necessidade dos municípios integrantes da citada bacia hidrográfica, do estabelecimento de uma Política e do Sistema Municipal de Gestão e Administração das Águas, porque, afinal é no município que o cidadão vive, lá é que são geradas as riquezas, e onde ocorrem as agressões ao meio ambiente e a degradação dos recursos naturais, particularmente das águas.

Francisco Parente de Carvalho

Engenheiro Agrônomo e Hidrólogo