Aeroporto de Fortaleza tem pior resultado desde 2011 e é o único entre os maiores do País a ter queda

Terminal da Capital movimentou 5,5 milhões de passageiros em 2023

Legenda: Aeroporto de Fortaleza ficou em 12º entre os mais movimentados do País
Foto: Kid Junior

O Aeroporto de Fortaleza decresceu 3% em número de passageiros movimentados (embarques e desembarques) em 2023 na comparação com 2022. 

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o aeroporto movimentou 5,5 milhões de viajantes em voos comerciais, nacionais e internacionais.

É o pior resultado desde 2011, quando o terminal da Capital cearense movimentou cerca de 5,4 milhões de passageiros. A coluna não considerou os anos de 2020 e 2021 por serem os períodos mais intensos da pandemia de Covid-19.

Além disso, a apuração é desvantajosa também porque 2022, por ser ano de retomada pós-pandemia, representa uma base fraca de comparação. 

O resultado fez o Pinto Martins perder uma posição no ranking nacional de aeroportos, passando de 11º para 12º. O aeroporto cearense foi ultrapassado pelo Aeroporto Afonso Pena, localizado na Grande Curitiba-PR.

Entre os 15 aeroportos mais movimentados do País, o Aeroporto de Fortaleza foi o único terminal que registrou queda no ano.

Nem 2016, ano de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, teve dados tão ruins: foram 5.639.227.

Veja ranking dos aeroportos mais movimentados do Brasil

1º - Aeroporto de Guarulhos (SP): 41.209.472
2º - Aeroporto de Congonhas (SP): 22.386.555
3º - Aeroporto de Brasília (DF): 14.829.298
4º - Aeroporto de Campinas (SP): 12.349.550
5º - Aeroporto Santos Dumont (RJ): 11.453.903 
6º - Aeroporto de Confins-Belo Horizonte (MG): 10.392.579
7º - Aeroporto de Recife (PE): 9.030.965
8º - Aeroporto do Galeão (RJ): 7.879.042
9º - Aeroporto de Porto Alegre (RS): 7.531.776
10º - Aeroporto de Salvador (BA): 7.191.978
11º - Aeroporto de Curitiba (PR): 5.635.491
12º - Aeroporto de Fortaleza (CE): 5.583.347

Na lista dos 20 maiores aeroportos em movimentação, outros 3 tiveram queda: Cuiabá, Manaus e Natal.

Ano muito difícil

Em 2023, o aeroporto Pinto Martins passava a cada mês por uma dificuldade diferente:

De janeiro para fevereiro perdeu mais da metade dos assentos da Gol Linhas Aéreas

De março para abril perdeu muitos assentos dos voos entre Fortaleza e Juazeiro do Norte

Em junho, o Governo do estado fazia gol contra e aprovava decreto que permitia às companhias aéreas reduzirem voos na alta estação de julho: pior alta estação desde 2010

Em agosto, apuramos que julho fora a pior alta estação desde 2010

Em setembro, o Pinto Martins teve o pior resultado da rede Fraport do mundo

Em outubro, também teve o pior resultado da rede Fraport do mundo

No apagar das luzes de outubro, ainda, descobrimos que o voo para Bogotá da Gol era “um engano”.

Foram muitas notícias negativas que chamaram a atenção de todo o país. A última, semana passada, a Folha de São Paulo repercutiu grande queda de voos internacionais em Fortaleza e no Nordeste.

No Nordeste, apenas Fortaleza e Natal decresceram em movimentação. Natal inclusive viu seu aeroporto ser devolvido pela Inframérica, que historicamente, reclamava da ociosidade do aeroporto.

Os outros 7 aeroportos, porém, cresceram com boa média, dois dígitos: 12%

Aeroporto/Número de passageiros/Variação

  1. RECIFE/9.030.965/5%
  2. SALVADOR/7.191.978/11%
  3. FORTALEZA/5.583.347/-3%
  4. MACEIÓ/2.342.002/2%
  5. NATAL/2.247.530/-2%
  6. SÃO LUÍS/1.547.956/12%
  7. JOÃO PESSOA/1.416.106/15%
  8. ARACAJU/1.165.052/23%
  9. TERESINA/1.053.934/15%

Não foi um ano ruim para o Nordeste, foi um ano ruim para Fortaleza.

O mês de dezembro de 2023 foi muito ruim. O mês da alta estação movimentou apenas 492.054 passageiros. Queda de 7% em relação a dezembro de 2022.

O resultado de janeiro de 2024 também não será bom. 

Futuro

2024 deverá ser um ano melhor que 2023, mas não em janeiro. Temos a perspectiva do incentivo da Fraport para voos domésticos, bem como devemos ter novos voos internacionais.

Apesar disso, se crescermos por volta de 1 milhão de passageiros em 12 meses, os números ainda assim serão menores que no ano de 2018.

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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.



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