BNB terá 'postura conservadora'

O Banco do Nordeste (BNB) deverá ter um orçamento para investimento em novas tecnologias 19% maior em 2018 na comparação entre o primeiro semestre de 2017 e o deste ano, mas a instituição pretende manter uma postura mais conservadora e não deverá focar esforços em avanços disruptivos, como inteligência artificial, open banking e blockchain, antes que essas tendências estejam consolidadas no mercado bancário, considerando, sobretudo, o setor privado. A informação foi confirmada pelo diretor de Administração do BNB, Cláudio Freire, responsável pelo gerenciamento da área de tecnologia da informação do banco, durante a 28ª edição do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (CIAB).

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Enquanto observa o mercado e as novas tecnologias, o BNB, no entanto, não deverá ficar parado, garante Freire, afirmando que o banco concentrará esforços em agilizar os processos de análise na concessão de crédito pelos programas do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Crediamigo, um dos maiores na área de microcrédito da América Latina.

Segundo o diretor de administração, essa melhora deverá passar pela modernização dos sistemas de código, de monitoramento e de análise de dados do BNB. O objetivo buscado por essa evolução será aplicar todo o montante disponibilizado pelos programas - de R$ 30 bilhões para o FNE e de R$ 10 bilhões para o Crediamigo -, aumentando a agilidade nos atendimentos da concessão de empréstimos.

"O banco pretende ter uma automação bancária inovadora, onde o cliente tenha canais únicos de atendimento e todos os dispositivos estejam integrados, mas também vimos, no CIAB, novidades de contratação de parceiros em soluções de fábrica de software, que garantem a continuidade dos nossos aplicativos do banco", disse Freire.

Consolidação

Sobre os investimentos em novas tecnologias, o superintendente de TI do BNB, Antônio Jorge Pontes Guimarães, afirmou que o banco tem conversado com as principais instituições financeiras do mercado brasileiro, participando até de grupos específicos para implementação desses avanços disruptivos. O BNB, por exemplo, participa do grupo de diálogo sobre blockchain da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mas deverá manter uma "postura conservadora" e aguardar a consolidação da novidade no mercado.

"Por um caráter prudencial, o BNB deverá esperar que esses movimentos estejam mais maduros para pensar em uma possível implementação. Não é que não estejamos discutindo isso ou deixando de buscar maneiras de incorporar essas novas tecnologias à nossa realidade, mas, hoje, nós temos uma postura conservadora com relação ao open banking, blockchain e inteligência artificial", disse Antônio.

Aprimoramento

Cláudio Freire, no entanto, minimizou a postura conservadora, afirmando que o orçamento do banco pode ser adaptado durante o ano para comportar novas ações. E para melhorar o parque computacional, o BNB trabalhou em dois editais, de R$ 20 milhões cada, para novos servidores de armazenamento e processamento de dados e para um novo backup de informações padrão Tier 3 de segurança.

Freire ainda comentou que o BNB já vem trabalhando na implementação de conceitos de inteligência artificial para agilizar o atendimento em ligações telefônicas. "Temos uma demanda muito grande de atendimento por telefone, e nós temos uma missão que é fornecer um atendimento robotizado para agilizar todo o processo e facilitar a vida dos nossos clientes", disse.