Setor financeiro inova para garantir atendimento ágil e personalizado

Avanços tecnológicos permitem interpretar e lidar melhor com o fluxo de informação digital, possibilitando experiências mais positivas para o cliente

Escrito por Samuel Quintela* - Repórter ,

São Paulo. Em um mundo cada vez mais digital, onde clientes e consumidores estão constantemente conectados, o próximo grande passo de evolução para o setor financeiro deverá ser baseado em avanços tecnológicos capazes de interpretar e lidar com todo o fluxo gerado de informação digital. E o objetivo é claro: garantir um atendimento mais ágil e personalizado, o que, de acordo com Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), deverá passar por inteligência artificial, análise de dados, blockchain, machine learning, e internet das coisas. A afirmação foi feita durante a 28ª edição do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (CIAB), na semana dos dias 12, 13, e 14 deste mês.

Leia ainda: 

> Inteligência artificial para empoderar cliente 
> Fintech usará 'big data' para mudar concessão de crédito
> BNB terá 'postura conservadora' 
> BB capta R$ 20 mi no Ceará
> 'Brasil pode aplicar Open Banking em até um ano'
> Segurança para dispositivo móvel
> Concorrência eleva oferta de cartões sem anuidade
 
Pensando nisso, a Febraban vem aumentando esforços para se manter atualizada com relação a essas novas tecnologias, confirmando que as despesas com inovação e TI cresceram 5% entre 2016 e 2017. Ao todo, os investimentos da Febraban nesse segmento somaram R$ 19,5 bilhões, ante os R$ 18,6 bilhões do ano anterior. Além disso, em 2017, segundo Fosse, 16% de todo o valor investido em TI, no Brasil, foi destinado pelo setor financeiro, superando a média mundial de 15%. "Mas é tecnologia por tecnologia, e inovação por inovação? Não. O foco é sempre o nosso cliente", explicou o diretor da Febraban.

"Nossa intenção é levar um serviço de maior qualidade, mais assertivo, com uma conveniência maior para os nossos clientes. A própria discussão no CIAB está focada na inovação, discutindo inteligência artificial ou cognitiva, blockchain, análise de dados, open banking, infraestrutura e segurança. Mas todos esses assuntos estão sempre na pauta da Febraban, para estarmos sempre à frente do mercado e preparados, até porque é impossível acompanhar a tecnologia, então a gente tem que estar muito avançado", completou.

Processamento de dados

No entanto, de acordo com Gustavo Fosse, um dos pontos mais importantes para o setor financeiro nacional será a adaptação para conseguir efetuar o processamento do fluxo de informação para traduzir o avanço em vantagens para os clientes.

"Temos a inteligência artificial, que é a capacidade de processar algoritmos, mas precisamos olhar a tecnologia da informação aplicado a um mundo inteiro de dados, que, por exemplo, a internet das coisas vai trazer, lidando com os dados que os bancos já possuem e que podem ser aliados aos de outras instituições, como o IBGE. E nisso aqui dar um atendimento personalizado ao cliente", ponderou.

Novas tecnologias

Além dos investimentos em tecnologia da informação, a Febraban também, confirmou, durante o CIAB, que está trabalhando em um protótipo de solução de segurança para dispositivos móveis baseado em blockchain.

Mas era só dar uma volta pela feira de exposição que era possível ver soluções das mais diversas possíveis para lidar desde ao reconhecimento facial e a biometria comportamental dos clientes, até fintechs propondo estruturas para "mudar o mercado de crédito" no País. Uma startup de San Francisco, nos Estados Unidos até apresentou um aplicativo que daria total controle sobre o uso do cartão de crédito ao usuário, mudando a relação com as instituições financeiras.

Open Banking

Durante o 28º CIAB, também foi discutido a possibilidade de se aplicar uma regulamentação semelhante à utilizada na Europa sobre Open Banking, sistema que poderia dar mais autonomia ao indivíduo, ao abrir o acesso às informações administradas pelos grandes bancos no País. A medida possibilitaria a realização de uma transação bancária a partir de qualquer lugar, com um dispositivo móvel.

Segundo especialistas relacionados ao processo desenvolvido na Europa, o Brasil levaria de 6 meses a 1 ano para se adaptar ao novo sistema após a definição de uma regulamentação pelo Banco Central do Brasil (BC).

* O jornalista viajou a convite da Febraban

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.