'Brasil pode aplicar Open Banking em até um ano'

Escrito por Redação ,
Legenda: Atos, empresa do ramo de transformação digital que esteve presente na transição para o Open Banking na Europa, diz que a tecnologia dá liberdade ao cliente

Caso o Banco Central defina uma regulamentação que permita a aplicação do Open Banking no Brasil, o sistema financeiro natural, pelo nível tecnológico já conquistado, não levaria mais de um ano para se adaptar às novas condições. Essa é a opinião de Ricardo Munhoz, diretor executivo de mercado do Atos, empresa do ramo de transformação digital que esteve presente na transição para o Open Banking na Europa, atuando com as empresas da região.

Munhoz, no entanto, projeta que serão necessários, pelo menos, seis meses para que os bancos brasileiros se adaptem ao novo sistema, que obriga as instituições financeiras a fornecer acesso a dados como saldo de contas, investimentos e padrão de consumo a terceiros - caso esse procedimento seja de interesse do cliente da instituição.

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"O Open Banking significa dar liberdade para o cliente, que fica como dono da própria informação, e não mais o sistema financeiro, não mais a instituição, então isso é muito bom porque deixa uma certa flexibilidade no setor financeiro para que se possa decidir como se quer investir, por exemplo, e através de qual fintech ou tipo de trabalho que se pode receber", disse Munhoz.

Operação

Mas para que o novo sistema funcione, o diretor executivo da Atos explicou que seria necessário que o País avançasse e desenvolvesse uma postura mais voltada para a segurança de informação, para poder proteger os clientes ao se criar um ecossistema capaz de interligar bancos e outras instituições financeiras, como as fintechs.

"É importante que se tenha um padrão e que fintechs que estejam certificadas possam acessar informações dos clientes com segurança e de uma forma fácil. Se estou interessado em um serviço de uma fintech, como cliente, eu posso querer que as minhas informações sejam repassadas e essa empresa, que poderá entrar na base de dados do banco e prestar esse serviço para mim e até realizar transações", analisou Munhoz.

Modelo europeu

Ativamente envolvida na implementação da norma que regulamentou o Open Banking na Europa, conhecida como PSD2, a Atos vem ampliando a discussão sobre o assunto no Brasil. E, segundo Munhoz, o Banco Central não deve demorar muito tempo até gerar a própria versão da PSD2 que possibilite esse novo sistema no País.

"É natural que em um futuro próximo tenhamos nossa própria versão do PSD2 e coloquemos o Open Banking em prática. O próximo passo será que esses dados e informações pessoais serem passados adiante e cada empresa do setor financeiro atue dentro de sua finalidade. Será um grande ecossistema completo de serviços, com mais liberdade e autonomia para o cliente", garantiu Munhoz. 

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