Metalurgia desponta na geração de vagas de trabalho

Juazeiro do Norte. No Cariri, a metalurgia desponta como o segundo setor que mais gera empregos na região. Há dois anos, o faturamento anual com o alumínio chegava a R$ 144 milhões nos três principais municípios. Na época, 130 fábricas formais e mais 50 informais alavancavam a economia, fazendo da região o 4º maior polo deste setor no Brasil - o primeiro no Nordeste na fabricação de panelas.

O "título" permanece, mas a crise econômica dos últimos anos afetou significativamente. Hoje, o número de indústrias somadas chega a quase 70. De quatro mil empregos diretos gerados, em 2016, agora, são dois mil. Mesmo assim, o produto segue como o principal procurado pelos romeiros que visitam Juazeiro do Norte.

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Móveis

Seja no Hospital Regional do Cariri, no Cariri Shopping ou nos grandes prédios comerciais recém-construídos, há produtos da Montarte Inox. Criada há 15 anos em Juazeiro do Norte, a empresa que produz móveis a partir de aço inox viu na região uma oportunidade de lucrar pela ausência de indústrias que fabricassem peças a partir deste material. "Contribuiu para os clientes terem mais facilidade em encontrar aço inox em qualidade, sem precisar ir em outros estados", explica o empresário Ronney Felix.

A Montarte é pioneira no aço inox no Cariri. Após ser instalada, ela capacitou os profissionais para trabalhar com esta liga de ferro na fabricação de corrimão. No entanto, após alguns anos, os mesmos funcionários da empresa resolveram criar suas próprias fábricas, informais, que não são legalizadas e produzem por um custo bem menor. "O modelo convencional de corrimão já estava sendo fabricado com preço muito inferior, pois, não tinham nenhuma carga tributária", lembra Ronney.

Novos produtos

Com isso, a empresa teve que se adaptar e criar outros produtos a partir do aço inox. Daí, surgiram as cozinhas industriais que ocupam boa parte de hospitais, clínicas e restaurantes da região.

Além disso, a Montarte fabricava guarda-corpo de varanda, mesas e outros artigos para o lar, peças são procuradas, principalmente, pelo setor da construção civil, por arquitetos e por engenheiros, mas também pelos clientes finais.

Hoje, a Montarte tem distribuidores em Acopiara, Fortaleza e Aracaju (SE). A meta é ter, até o fim do ano, distribuidores em todo Nordeste. Para 2020, Ronney espera ter um representante nos Estados Unidos. "Nós estamos nos adaptando a esses procedimentos, inclusive, já tem radar de exportação e importação", explica. Só de cozinhas industriais, que possui de 7 a 10 pias de até 3 metros, tem uma média de quatro a cinco pedidos mensais. A matéria-prima vem de São Paulo, mas o aço é importado da China.

Oportunidade

A empresa emprega 30 pessoas e, indiretamente, mais 30 fazem a distribuição e vendas. Um deles é Ives de Souza, auxiliar administrativo, que está na Montarte há dois anos. Antes, ele trabalhou com assistência técnica de telefone, foi vendedor e, depois, faturista. Devido a um acidente, ficou um ano parado em tratamento. Nesse período, começou a cursar Administração de Empresas e viu que precisava de algo melhor. "Queria trabalhar no meu ramo, no que estava estudando", conta. (AR)