Mais investimentos devem ocorrer nos próximos anos

Escrito por Redação ,
Legenda: Economista da Fiec destaca que as perspectivas são positivas para diversas regiões do Estado, incluindo Frecheirinha, que é um importante polo de moda íntima do Ceará. O setor também é relevante na Capital
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

O atual momento econômico do País levou as expectativas de mais investimentos na indústria do Interior do Estado do Ceará para o médio prazo. A recuperação do cenário de desenvolvimento é prevista para os próximos anos. Conforme a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), há um estudo em andamento, que mapeia o potencial econômico dos segmentos industriais do Estado, visando prever o cenário até o ano de 2025.

Conforme a entidade, estão sendo avaliadas 14 rotas estratégicas através do Programa para Desenvolvimento da Indústria. O estudo contempla todo o Ceará, incluindo Capital e Região Metropolitana. Em relação ao Interior do Estado, os técnicos já visitaram algumas localidades pujantes, avaliando o potencial dos principais polos que deverão se desenvolver nos próximos sete anos, ao menos.

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"Temos perspectivas de investimentos no Litoral Leste, em relação à energia eólica. Para a Serra da Ibiapaba, há perspectivas bem claras. A energia solar, em que praticamente todo o território cearense está preparado, é um setor que tem diferencial e pode mudar a realidade de alguns setores com essa perspectiva positiva. Os demais setores estão em compasso de espera, tentando ter uma visão mais sólida em relação à recuperação da economia brasileira", explicou o economista e gerente do Núcleo de Economia e Estratégia da Fiec, Guilherme Muchale.

Olhando para o presente, o gerente aponta que os principais polos produtores do Estado seguem em ritmo cauteloso, embora ainda em crescimento, a despeito da situação financeira do restante do País. Para tanto, ele indica que as ações de atração por parte do poder público acabam por surtir efeito.

"Notamos alguns investimentos anunciados no setor calçadista, que são interiorizados, e isso acaba sendo positivo, deste ponto de vista. E são atrações de investimento frutos da política de incentivos fiscais, que privilegia o Interior", enfatizou.

Acima das expectativas

Guilherme Muchale também frisou que as grandes regiões do Interior do Estado, como o Cariri, o Vale do Jaguaribe e a Serra da Ibiapaba, podem fugir à regra e despontar com desenvolvimento acima das expectativas, devido às condições que reúnem e que permitem crescimento da atividade industrial.

"Em termos de capacidade para desenvolvimento dos setores, por parte do Cariri, o setor de saúde, já e uma realidade. Tem, por exemplo, em relação ao Sertão Central, parte do Vale do Jaguaribe, com o retorno a investimentos na área do algodão, com o foco em maior valor agregado. A Serra da Ibiapaba está com boas perspectivas para a exportação de flores ou outras espécies, um outro tipo de lavoura, de alto valor agregado. Da mesma forma, as perspectivas são interessantes para moda íntima, bem interiorizada em polos como Frecheirinha", disse.

Hub aéreo

Um argumento visto pelo gerente da Fiec como crucial para fomentar ainda mais o crescimento da indústria do Interior do Ceará é a chegada do centro de conexões aéreas (hub) no Aeroporto Internacional Pinto Martins, ou Fortaleza Airport.

"A possibilidade de transformar Fortaleza em um hub aéreo acaba sendo positiva ao Estado em relação à produção de alto valor agregado. E, consequentemente, seria uma perspectiva de utilizar o modal aéreo para exportar", ponderou.

Muchale ressaltou a importância, ainda, de se levar educação de qualidade para as cidades mais afastadas da Capital, de modo a seguir melhorando o cenário, que já é favorável ao crescimento industrial. Além disso, a inclusão propiciada pelo projeto Cinturão Digital, que levou acesso à Internet às regiões mais remotas do Ceará, é apontada como outro fator conveniente para o avanço. "Um ponto positivo foi que, antes da interiorização da indústria, veio a do ensino técnico. Novos campi da Universidade Federal, por exemplo, acabam trazendo essa perspectiva, assim como o Cinturão Digital. Obviamente, a gente precisa articular para que esses ativos se transformem em atração de empresas. Isso que é importante, saber valorizar, levar esse tipo de informação para o setor e o empresário certo, que pode transformar isso num negócio e gerar emprego e renda no Interior do Estado", enfatizou. 

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