Último eliminado do BBB 20, o arquiteto Felipe Prior, está sendo acusado de violentar mulheres entre 2014 e 2018, segundo a reportagem da revista Marie Claire. A publicação divulgou que teve acesso aos documentos em que duas mulheres denunciam estupro e uma terceira acusa Prior por tentativa. Os crimes teriam sido cometidos durante o período em que ele estava na faculdade.
Como os crimes aconteceram em três cidades diferentes, a investigação poderá ser realizada por um grupo especializado do Ministério Público ou se desdobrar em até três inquéritos policiais diferentes. Felipe não se pronunciou formalmente diante das acusações.
O primeiro crime relatado traz a data de 9 de agosto de 2014, durante uma festa que comemorava os jogos universitários das faculdades de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, denominada InterFAU. A vítima, cuja identidade foi preservada pela Marie Claire, havia aceitado uma carona de Felipe após o fim da festa junto com uma amiga.
Após deixar a amiga em casa, Prior teria parado o carro na rua, desligando o motor e agido contra a vítima sem consentimento. As informações estão no registro protocolado no Departamento de Inquéritos do Fórum Central Criminal em 17 de março de 2020, pelas advogadas Maira Pinheiro e Juliana de Almeida Valente, a fim de dar início a uma investigação criminal.
O ato sexual não consentido resultou na laceração do lábio vaginal esquerdo da vítima, que só foi ao hospital durante a madrugada para conter o sangramento. A estudante disse aos profissionais de saúde, na época, que o estupro teria sido provocado por "um namorado". À revista, ela contou que atrasou a faculdade por dois anos e passou a vivenciar crises de pânico depois do crime.
Segundo caso
Ainda conforme o documento acessado pela revista Marie Claire, Felipe teria praticado uma tentativa de estupro contra outra estudante em 2016, também durante os jogos InterFAU, no município de Biritiba Mirim. De acordo com a segunda vítima, o arquiteto também teria se aproveitado do estado de embriaguez dela e a persuadido a ingressar em sua barraca de camping.
Em seu depoimento, a vítima afirma que, quando percebeu a ausência de preservativo, recusou-se a dar continuidade à relação sexual, mas ele insistiu, usando força física. O estupro não ocorreu porque ela conseguiu empurrar Prior usando braços e pernas, fugindo do local.
Terceira denúncia data de 2018
O terceiro crime relatado também aconteceu nos jogos InterFAU, desta vez na edição 2018, realizados no município de Itapetininga. De acordo com o depoimento da terceira vítima, Felipe a convidou para entrar na sua barraca de camping, onde iniciou relações sexuais de maneira consentida. Entretanto, após ele começar a agir de maneira agressiva, a estudante se recusou a continuar porque estava sentindo dor.
Segundo o documento obtido pela revista Marie Claire, o arquiteto teria desferido tapas no rosto e no corpo da vítima. Ela conta que só conseguiu sair da barraca depois que Felipe dormiu, ao amanhecer. Duas testemunhas escutaram a estudante chorando e pedindo para que o acusado parasse.
A conduta de Felipe durante os jogos da InterFAU levou a comissão organizadora do evento a pedir o acesso do arquiteto ao ambiente dos jogos universitários. O relato da terceira vítima foi determinante para a decisão. Após ser questionada sobre as acusações contra Felipe, a InterFAU afirmou: "Temos ciência do que está acontecendo e nos pronunciaremos no momento certo", nas redes sociais.
Em nota publicada na tarde desta sexta-feira (3), a Comissão Organizadora do InterFAU afirmou que "deliberou, de maneira permanente, que Felipe Antoniazzi Prior, ex aluno da Universidade Presbiteriana Mackenzie, não poderia ingressar e tampouco participar de nenhuma de nossas atividades a partir de outubro de 2018".
A organização do evento disse ainda que a decisão veio após o recebimento de mais de uma denúncia de assédio, bem como acusação de crime sexual durante o InterFAU de 2018.
Veja a nota na íntegra: