A cantora Rita Lee, que morreu no último 8 de maio, pensou em eutanásia após ter o diagnóstico de câncer de pulmão. A relevação consta no novo livro autobiográfico "Rita Lee: Outra Biografia", lançada na segunda-feira (22).
“Disse a ele [o médico] que minha vida tinha sido maravilhosa e, que por mim tomava o ‘chazinho da meia-noite’ para ir desta para melhor. Que me deixassem fazer uma passagem digna, sem dor, rápida e consciente. Queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso”, explicou Rita.
No livro, Rita esclarece que os filhos e o marido, Roberto de Carvalho, foram responsáveis por darem força para seguir com o tratamento. “O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento, porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa”, escreveu.
A ovelha-negra morreu em decorrência de um câncer no pulmão, diagnosticado em 2021. O velório aconteceu no planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Trajetória de Rita Lee
Intitulada a "rainha do rock brasileiro", a paulistana Rita Lee Jones de Carvalho foi uma das primeiras mulheres a tocar guitarra no palco. Com seus cabelos ruivos lisos, ela serviu visuais e momentos icônicos ao debutar como integrante do grupo "Os Mutantes", no final dos anos 1960.
Depois do grupo, engatou uma carreira solo de sucesso, com músicas que ganharam o Brasil como "Mania de Você", "Ovelha Negra", "Erva venenosa", "Lança perfume" e "Amor e sexo".
Ela estava afastada dos palcos desde 2012, quando enfrentou outros problemas de saúde. Desde então, vivia uma rotina reclusa em um sítio em São Paulo, com a família.