Exibida originalmente em 2008, “A Favorita” ficou cravada na memória do público. Prova disso é a torcida cada vez maior na internet para que a novela seja reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, em substituição à atual, “O Clone”.
Quem endossa o coro é a própria Claudia Raia, intérprete da personagem Donatela. Em entrevista ao Verso, na passagem por Fortaleza para apresentar o espetáculo “Conserto para dois - O Musical”, a atriz não poupou elogios à trama. “As pessoas adoram mesmo. É uma novela icônica, importantíssima, que mudou um pouco o rumo da teledramaturgia brasileira”.
Primeiro trabalho de João Emanuel Carneiro (do fenômeno “Avenida Brasil”) no horário das 21h, “A Favorita” fugiu dos modelos habituais de folhetim ao iniciar sem revelar quem era a vilã e quem era a mocinha.
A história é complexa. Flora (Patrícia Pillar) e Donatela são antigas parceiras da fictícia dupla sertaneja Faísca e Espoleta. Após cumprir pena de 18 anos de reclusão pelo assassinato de Marcelo Fontini (Flavio Tolezani), marido de Donatela, Flora deixa a prisão disposta a provar a inocência, acusando a ex-parceira de ter cometido o crime.
Ao mesmo tempo, quer se reaproximar da filha Lara (Mariana Ximenes), criada pela rival, fruto de um relacionamento com Marcelo, de quem se tornara amante. Lara é a única herdeira de um império de papel e celulose e está no centro da disputa entre as duas personagens.
Revelação da vilã
Apenas ao fim do primeiro terço da trama descobrimos quem é a verdadeira vilã. Em uma das cenas mais comentadas, após Donatela ameaçar matar Flora com um revólver, o público (e somente o público) fica conhecendo a verdade. Flora enfrenta Donatela e diz que esta nunca teria coragem de atirar porque a verdadeira assassina é ela.
“Fico muito feliz que a novela tenha impactado tanto as pessoas. E também voto para que ela volte ao Vale a Pena Ver de Novo porque, de fato, vale a pena ver de novo”, reforça Claudia.
Ao lado do marido, Jarbas Homem de Mello, ela comentou ainda que ambos reviram a atração durante a pandemia de Covid-19 por meio do Globoplay. Durante a exibição original, Claudia pouco assistiu ao programa devido ao excesso de trabalho.
Jarbas, por sinal, sublinha esse aspecto da entrega total da esposa. “Fiquei impressionado com a quantidade de trabalho que ela teve. Meu Deus do céu, era um sofrimento aquela mulher”, ri. “Acho que ela chegava em casa cansada emocionalmente”. Ao que Claudia sentencia: “Exausta, era um personagem muito difícil. Mas foi muito legal”.
Esquenta para próxima novela
Não apenas o público torce para a reexibição de “A Favorita” – que nunca ganhou as telas de novo, nem na TV aberta nem no Canal Viva. Nos bastidores da Globo, ela realmente é a novela mais forte para substituir “O Clone” a partir de maio no Vale a Pena Ver de Novo.
A ideia é que isso sirva como espécie de “esquenta” para a estreia de “Olho por Olho” – próximo folhetim de João Emanuel Carneiro, que será lançado direto no Globoplay. Apesar do título ainda provisório, a trama terá cerca de 80 capítulos e será lançada como uma obra aberta, ou seja, sem que o desfecho esteja definido antecipadamente.
É a primeira vez que o recurso será levado a uma plataforma de streaming no Brasil.