A Polícia Civil do Estado do Piauí (PC-PI) concluiu, através de um exame de DNA, que o responsável pelo estupro de uma menina de 12 anos, grávida pela segunda vez após inúmeros abusos, é seu próprio tio. O crime, cometido quando a vítima tinha apenas 10 anos, resultou na gravidez de seu primeiro filho. As informações são do O Globo.
Em entrevista ao jornal, a advogada popular e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB, que tem acompanhado o desenrolar do caso, Rosemary Farias, relatou que, durante a primeira gestação, a suspeita era de que um primo da vítima houvesse cometido o crime. Entretanto, o homem acabou sendo assassinado, o que resultou no arquivamento do inquérito policial.
A investigação, porém, foi retomada quando a segunda gravidez da jovem veio à tona, escancarando a necessidade de uma nova apuração, que, desta vez, solicitou que o tio da vítima realizasse um teste de compatibilidade genética.
Com a confirmação da suspeita, a corporação prendeu o acusado no fim de janeiro e prepara-se para realizar outro exame de DNA, com a intenção de constatar se a nova gravidez também é consequência dos atos do homem. Além dele, um vizinho da jovem também foi capturado e está sendo investigado, suspeito de molestá-la.
A vítima já está no sexto mês de gestação e, há cinco meses, vive com o filho em um abrigo.
ABORTO NEGADO
Em outubro do ano passado, a menina recebeu autorização para abortar o feto, dada pela juíza Elfrida Costa Belleza, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina. Entretanto, dois meses depois, o veredito foi suspenso pelo desembargador José James Gomes Pereira, da 2ª Câmara Especializada Civil do Tribunal de Justiça do Piauí.
Justificando sua decisão, o desembargador afirmou que a jovem decidiu seguir com a gestação, depois de médicos orientarem a mãe da vítima sobre os riscos, potencialmente fatais, do procedimento.
ENTENDA O CASO
Residente da zona rural de Teresina, a pré-adolescente engravidou após ser estuprada em 2021, quando tinha apenas 10 anos. Na época, a mãe da menina contou à polícia que a filha dormia no mesmo quarto que o tio ao visitar a avó. Assim como na atual gestação, a responsável pela jovem não concordou em abortar o feto.
No ano seguinte, em setembro, descobriu-se que a vítima estava novamente grávida, após sofrer outra violência sexual. Desta vez, após a constatação do crime, o caso foi assumido pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.