Duas explosões foram registradas na noite dessa quarta-feira (13), por volta das 19h30, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Uma delas aconteceu próxima à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e a outra no entorno da Câmara dos Deputados. O suposto autor do ataque, que ainda não foi identificado oficialmente, morreu após detonar um dos artefatos explosivos. As autoridades investigam o caso.
Na manhã desta quinta-feira (14), agentes da Polícia Militar do Distrito Federal realizam varreduras em frente à Corte. Devido à operação, a Praça dos Três Poderes está interditada. Artefatos explosivos que estão sendo encontrados ao redor do local são desativados pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), conforme o portal G1.
Ainda na noite da quarta-feira, a área da Esplanada dos Ministérios foi isolada, desde a Catedral Metropolitana até a praça, e os prédios do STF e do Congresso Nacional foram evacuados. A segurança no local foi reforçada pelo governo do Distrito Federal.
Onde aconteceram as explosões?
Conforme a Agência Brasil, primeiro, foram detonados artefatos explosivos que estavam em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara, próximo ao STF. Em seguida, o autor do ataque morreu em uma explosão em frente à sede do Supremo.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), detalhou que o suspeito do caso tentou entrar com os explosivos no Tribunal, mas não conseguiu, então detonou propositalmente os artefatos na calçada do prédio.
"Logo após a explosão [de um veículo], o cidadão se aproximou do Supremo, aonde ele tentou entrar dentro do prédio e não conseguiu. E realmente teve a explosão ali na porta", disse em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, sede do governo do DF.
O governador Ibaneis Rocha está de licença oficial em Roma, na Itália. Nas redes sociais, classificou como "muito grave" o ocorrido.
Quem é o autor do ataque?
Até a manhã desta quinta-feira (14), o suspeito de realizar as explosões não foi identificado oficialmente pelas autoridades. Na noite dessa quarta, a governadora interina do Distrito Federal informou que aguarda a perícia do corpo para confirmar a identidade do homem.
A perícia do Instituto Médico Legal (IML) só ocorrerá após a conclusão da varredura, realizada por cães e robôs, para verificar a existência de outros artefatos junto ao corpo. Conforme o portal G1, o cadáver continua no local até o início da manhã desta quinta.
Tiu França
O carro envolvido na explosão pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, natural do município de Rio do Sul, em Santa Catarina (SC). A identidade do corpo encontrado próximo ao local da explosão ainda não foi confirmada, mas a família reconheceu o veículo pelas imagens vinculadas na televisão.
À Agência Brasil, o filho do homem disse recebeu uma ligação sobre um acidente sofrido pelo pai em Brasília.
Tiu França foi candidato pelo Partido Liberal (PL) ao cargo de vereador do município de Rio do Sul em 2020.
O secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Alexandre Patury, reforçou que não há como fazer ligação entre o carro que explodiu e o corpo encontrado no local. "O corpo não foi periciado, ainda não foi nem acessado. Ainda não podemos certificar a identidade do corpo".
Quem está investigando o caso?
A governadora interina Celina Leão detalhou que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu investigações para apurar o caso, e que serão anexadas ao processo referente ao 8 de janeiro, em curso no STF.
"Já tomamos medidas no sentido de colher informações e depoimentos, inclusive de uma das principais testemunhas, e com base nesse depoimento já estamos desenvolvendo uma investigação sem ilações, baseada em perícia e fatos comprovados", disse o diretor-geral da corporação, José Werick de Carvalho.
Paralelamente, foi instaurado um inquérito pela Polícia Federal. Conforme o g1, o ataque será investigado como ato terrorista devido ao "cunho político" do ato, conforme o chefe da corporação, Andrei Rodrigues.
Onde estava Lula no momento das explosões?
Durante o ataque, o presidente Lula não estava no Palácio do Planalto, que fica localizado na Praça dos Três Poderes. Ministros relataram, ao portal Metrópoles, que o chefe de Estado deixou o local por volta da das 17h30 e seguiu para o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, a cerca de 5 quilômetros do ataque.
Após as explosões, Lula recebeu na residência oficial as visitas do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e de alguns ministros do STF.
Uma varredura no perímetro ao redor do Palácio do Planalto, realizada por agentes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), na noite desta quarta-feira, não encontrou explosivos nem outra ameaça à segurança da sede presidencial, conforme informou o general Marco Antonio Amaro do Santos, ministro-chefe do GSI.
O militar assegurou haver totais condições de trabalho para o presidente nesta quinta-feira, mas que essa decisão é do gabinete presidencial. Pela agenda oficial, Lula receberá cartas credenciais de diversos embaixadores, ao longo da manhã, em cerimônia no Planalto. Já na parte da tarde, o presidente embarca para o Rio de Janeiro, onde participará da Cúpula de Líderes do G20, nos próximos dias.