Usina de Angra 1 tem vazamento de material radioativo, e Eletronuclear demora 21 dias para comunicar

Incidente ocorreu em 16 de setembro do ano passado, e estatal foi autuada

O vazamento de um material radioativo ocorreu na usina nuclear de Angra 1 na Baía de Itaorna, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e a Eletronuclear demorou 21 dias para comunicar à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). O incidente teria ocorrido em 16 de setembro do ano passado, de acordo com a empresa, e veio à tona nesta quinta-feira (23) em publicação do jornal O Globo.

O caso está sendo apurado pela Justiça. A estatal foi autuada pelo lançamento no mar de água contaminada por radiação e vai recorrer. 

Conforme a publicação, Angra 1 fez a liberação não programada de um pequeno volume de água que continha substâncias de baixo teor de radioatividade.

"Como os valores da liberação se encontravam abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente, a empresa tratou o evento como incidente operacional e informou o assunto nos relatórios regulares previstos”, informou a estatal em nota.

“Inicialmente, por conta própria e depois sob demanda do Ibama, a empresa intensificou a monitoração radiológica no local de despejo das águas fluviais sem encontrar nenhum resultado significativo”, diz o comunicado.

O Ministério do Meio Ambiente enviou os relatórios de fiscalização e autos de infração sobre o caso para a Eletronuclear na semana passada.

Em defesa sobre a acusação de falta de transparência em relação ao vazamento, a empresa afirmou que comunicados sobre o assunto foram publicados em seu site na época.