Suzane Von Richthofen foi autorizada pela Justiça a cursar faculdade de Farmácia em uma universidade em Taubaté (SP). Ela foi condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, e cumpre pena na P1 de Tremembé (SP) em regime semiaberto desde 2015. As informações são do portal G1.
O pedido foi feito pela defesa de Suzane, após ela obter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) suficiente para ingresso no curso superior, que ocorre no período noturno. Ela está entre os 263 detentos de unidades prisionais do Vale do Paraíba aprovados no Enem com a nota mínima para concorrer às vagas diretamente nas faculdades ou por programas de incentivo estudantil do Governo Federal.
A decisão liminar, datada da última sexta-feira (10), foi assinada pelo desembargador relator José Damião Pinheiro Machado Cogan e permite início imediato do curso — as aulas do semestre já iniciaram. O pedido foi protocolado em 2 de agosto; as aulas, iniciadas no dia 16.
No entanto, o Ministério Público deu parecer contrário ao pedido, alegando que a segurança da detenta não tem como ser garantida. Segundo a Justiça, porém, ela preenche todos os requisitados para autorização dos estudos.
A publicação procurou a instituição de ensino, a faculdade Anhanguera, e aguarda retorno.
Outras tentativas
Há alguns anos, Suzane tenta iniciar uma faculdade, mas não obtém sucesso. Por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ela chegou a conseguir uma vaga no curso de Gestão de Turismo, no Instituto Federal de Campos do Jordão (SP), em 2020.
A detenta realizou matrícula, mas não chegou a ir para as aulas por não ser autorizada pela Justiça para deixar o presídio.
Em 2017, Von Richthofen foi aprovada para o curso de Administração da faculdade Dehoniana, uma instituição católica de Taubaté, tendo pleiteado o custeio da mensalidade pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Apesar de contemplada, ela não concluiu a matrícula.
Já em 2016, ela recebeu autorização para cursar Administração na Anhanguera. Amedrontada com a possibilidade de assédio fora da prisão, ela pediu à Justiça para fazer o curso on-line. O pedido, contudo, foi negado em razão da falta de recursos tecnológicos e aparato no presídio.