Sargento da Marinha que matou vizinho no RJ irá a júri popular, decide Justiça

Em depoimento à polícia, o atirador disse que confundiu a vítima, um homem negro, com um bandido

O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra vai ser levado a júri popular, decidiu a Justiça do Rio de Janeiro. Na semana passada, o militar matou o vizinho Durval Teófilo Filho, na porta de casa, com três tiros, em São Gonçalo, região metropolitana da cidade.

Em depoimento à polícia, o atirador disse que confundiu a vítima, um homem negro, com um bandido. Aurélio foi indiciado por homicídio doloso (intencional) pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) e segue preso.

ENTENDA O CASO

O sargento Aurélio Alves Bezerra estava dentro de seu carro, parado na frente do portão do condomínio onde mora, na rua Capitão Juvenal Figueiredo, bairro Colubandê, por volta das 23h do último dia 3 de fevereiro.

Como o controle remoto do portão não funcionava, ele aguardava a mulher abri-lo para guardar seu carro. Enquanto isso, Durval Teófilo Filho, homem negro de 38 anos, se aproximou do carro, caminhando.

Teófilo Filho voltava do trabalho como repositor de supermercado e morava no mesmo condomínio de Bezerra. Como estava chegando em casa, mexia na mochila em busca da chave. Ao vê-lo passando e mexendo na mochila, o sargento sacou a arma e atirou em sua direção. Atingido no tórax, o repositor caiu e levantou os braços, em sinal de rendição.

Ainda assim, Bezerra disparou mais duas vezes. Depois, se aproximou e constatou que a vítima não estava armada. Teófilo Filho teria chegado a contar que morava ali.

O sargento levou o vizinho ao Hospital Estadual Alberto Torres, depois foi preso em flagrante. À polícia, ele afirmou ter se assustado com a vítima, achando que era um assaltante.