O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-RJ) abriu um processo sancionatório contra os organizadores do Rep Festival, nesta segunda-feira (13), e os responsáveis pelo evento podem ser multados em mais de R$ 12 milhões, segundo disse o órgão. As informações são do jornal O Globo.
O festival, que aconteceu em uma fazenda em Guaratiba, bairro na Zona Oeste do Rio de Janeiro, teve seus shows suspensos no último fim de semana devido a forte chuva e por diversos transtornos e má organização no local. Os alvos do processo terão 15 dias para apresentar defesa, sob pena de multa.
A terceira edição do festival, definido como o "Rock in Rio do Rap", teve ingressos vendidos por até R$ 700, com a estimativa de receber 60 mil pessoas por dia. Na noite do sábado (11), no entanto, parte dos cantores e bandas que subiriam ao palco se recusaram a se apresentar, alegando que as condições no lugar eram arriscadas.
Devido à infra-estrutura inadequada, a área onde aconteceria o evento foi tomada por um lamaçal após a chuva, de onde surgiram sapos e até cobras. Parte do público ficou apavorada, e alguns shows precisaram ser interrompidos.
Choque elétrico no palco
Os dois telões ao lado do palco pararam de funcionar, dificultando a visão dos espectadores, que relataram terem visto funcionários tentando proteger aparelhos de som com capas de chuva improvisadas. MC Maneirinho, que era atração marcada para 15h, começou o show à noite e levou um choque no palco.
Representantes do Procon-RJ afirmam que receberam várias denúncias, comprovadas por meio de fotos e vídeos. Segundo o órgão, também foram motivo de queixas, as grandes filas para embarque nos ônibus que conduziriam ao evento, e o atraso de mais de três horas para o início dos shows.
Produtores de defendem
Após a repercussão do caso, os produtores do Rep Festival se manifestaram, por meio de nota, no domingo (12). O comunicado informou que a suspensão do evento ocorreu "devido aos danos causados à estrutura pelas fortes chuvas que acometeram o Rio".
Os problemas relatados por público e artistas foram minimizados. De acordo com os organizadores, "a maior parte dos shows foi entregue com excelência dentro das condições apresentadas".
Ao jornal O Globo, os organizadores esclareceram, em nova nota enviada nesta segunda-feira (13), que a mudança de última hora do endereço "foi circunstancial e não opcional", já que a prefeitura do Rio indeferiu o pedido para que o festival acontecesse no Parque Olímpico, sem especificar motivos até agora.
"Com isso, a organização buscou um local da cidade que comportasse a expectativa de público. Quanto aos fios de alta tensão, todos estavam devidamente instalados, sem risco ao público presente", acrescentam os organizadores.
Os produtores também afirmaram que, conforme o que havia sido previamente divulgado, "cada palco do festival tinha uma área para PCD (pessoas com deficiência) e caminho de acesso". Os problemas só aconteceram devido ao temporal, de acordo com os organizadores.
"A produção do evento esclarece que com as fortes chuvas esses espaços e acessos foram inviabilizados. Ambulâncias e posto médico estavam posicionadas no backstage do evento, como de praxe, e disponibilizadas de acordo com a capacidade de público presente e com aprovação de todos os órgãos necessários", disseram os responsáveis pelo festival.