Prisão de cacique Serere é mantida após audiência de custódia

Bolsonaristas tentaram invadir sede da PF em Brasília após prisão

O pastor indígena José Acácio Serere Xavante, preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (12), continuará detido. A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por indícios de crimes em atos antidemocráticos.

A manutenção da prisão foi decidida em audiência de custódia na tarde desta terça-feira (13), conduzida por juiz que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, segundo noticiado pelo portal g1

A audiência de custódia é um procedimento previsto na legislação em que os presos em flagrante têm o direito de ser ouvido por um juiz. 

Conhecido como cacique Tserere, José Acácio é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilha vídeos sobre a manifestações a favor do presidente. Após a prisão, bolsonaristas queimaram veículos e tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília

Quatro ônibus e três carros de passeio foram queimados e um veículo do Corpo de Bombeiros foi apedrejado, segundo a corporação. Manifestantes entraram em confronto com policiais militares, que tentaram conter os protestos com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. 

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) não informou se algum manifestante foi preso. 

As manifestações aconteceram no mesmo dia da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O perímetro do hotel onde Lula e a comitiva estavam hospedados precisou ser isolado, após os manifestantes avançaram para o Setor Hoteleiro Norte.

Crimes contra a democracia

A prisão do cacique Tserere foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a pedido da PGR

Ele é suspeito de para mobilizar indígenas e não indígenas para cometer crimes nos atos antidemocráticos, com ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros do STF.

“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, afirmou a PGR.

Segundo a ação, Tserere teria participado de manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília, como o Congresso Nacional, a entrada do Aeroporto Internacional de Brasília, a Esplanada dos Ministérios e um centro de compras. 

Serere é natural de Poxoreu, no Mato Grosso, e filiado ao Patriotas. Em 2020, ele se candidatou para a prefeitura de Campinápolis, localizado a 658 km de Cuiabá.