PF investiga origem de manchas de óleo nas praias do Ceará e de outros estados do Nordeste

As investigações contam com a participação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Marinha, da Universidade Federal de Pernambuco e do Ministério da Defesa

A Polícia Federal vai investigar a origem das manchas de óleo encontradas em várias praias do Ceará e de outros estados do Nordeste no mês de setembro. As investigações vão ficar a cargo da Superintendência da PF no Rio Grande do Norte. 

O inquérito foi aberto pela Polícia Federal logo depois que surgiram as primeiras manchas nas praias. "As investigações estão concentradas na Superintendência Regional da PF no Rio Grande do Norte, contando com a participação das áreas de combate aos crimes ambientais, de inteligência e de perícia", informou a PF.

Um total de 115 locais de oito estados do Nordeste já tiveram registro de manchas. O Rio Grande do Norte é o estado mais atingido com 43 pontos. Oito praias foram atingidas no Ceará. 

Em nota, a PF ainda disse que as diligências estão em andamento desde a instauração do inquérito policial e contam com a participação de instituições como o Ibama, a Marinha do Brasil, Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Ministério da Defesa.

Praias impróprias

Sete praias do Ceará foram consideradas impróprias para banho devido a ocorrência de manchas de óleo na água ou na areia, segundo boletim extraordinário divulgado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) na terça-feira (1º). 

No litoral oeste, do Icaraí (Caucaia) ao Preá (Cruz), 18 praias foram avaliadas e cinco desaprovadas pela análise. São elas:  

  • Cumbuco (Caucaia),  
  • Taíba (São Gonçalo do Amarante) 
  • Paracuru (Paracuru),  
  • Flecheiras (Trairi) 
  • Mundaú (Trairi).  

Já no litoral leste, trecho entre a praia da Cofeco, em Fortaleza, e a praia da Redonda, no município de Icapuí, o problema foi constatado em duas das 17 praias monitoradas: 

  • Porto das Dunas (Aquiraz)  
  • Pontal de Maceió (Fortim). 

Manchas tóxicas

As manchas escuras de óleo encontradas em vários pontos do litoral nordestino desde o início de setembro são consideradas tóxicas, de acordo com Rafael Moraes, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

“Trata-se de petróleo bruto, uma mistura de hidrocarbonetos. Sabemos do que se trata, mas não sobre de onde esse material veio. Ainda estamos em investigação”, explica.