A abertura do Novo Museu da Língua Portuguesa foi anunciada nesta quinta-feira (29), em coletiva de imprensa do Governo de São Paulo. O espaço será entregue neste sábado (31), quase seis anos após ter sido atingido e destruído por um incêndio.
Para o governador paulista, João Doria (PSDB), "não há lugar melhor para ter um Museu da Língua Portuguesa" que em São Paulo. "Aqui estão as maiores colônias portuguesas de todo mundo, as influências de todas as origens vieram para cá ao longo dos anos, e também brasileiros de todas as origens", comentou o gestor estadual durante a apresentação do novo equipamento.
O museu, instalado na Estação da Luz, será devolvido ao público com perfil inovador e ambientes mais imersivos e tecnológicos. Na nova fase, haverá experiências inéditas, como as instalações “Línguas do Mundo”, “Falares” e “Nós da Língua Portuguesa”.
O prédio foi aberto, no térreo, à estação, intentando estreitar a comunicação entre o espaço cultural e o público. Já nos andares superiores, haverá mais salas para os visitantes. No terceiro piso, foi construído um terraço aos pés da Torre do Relógio, dedicado ao arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que morreu em maio deste ano.
Apesar das novidades, as principais experiências seguem no acervo do equipamento, como a instalação “Palavras Cruzadas”, com línguas que influenciaram o português no Brasil, e a “Praça da Língua”, um tipo de "planetário da língua portuguesa.
Estrutura contra incêndios
A nova construção incorpora melhorias de infraestrutura e segurança especialmente contra incêndios, as quais superam as exigências do Corpo de Bombeiros. Dentre elas, está a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) para reforçar o sistema de segurança contra incêndio.
O espaço também terá certificação ambiental pautada em sustentabilidade, recursos de acessibilidade física e de conteúdo.
Reabertura
Essa é a terceira data marcada para reabertura do museu: a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em julho de 2018, indicou previsão para o segundo semestre de 2019. Em dezembro de 2019, a data foi repassada para junho de 2020.
Devido à pandemia, o acesso do público seguirá protocolos sanitários de contenção da disseminação do novo coronavírus. A inauguração terá transmissão pelas redes sociais do equipamento, que já recebeu mais de 4 milhões de visitantes desde sua inauguração, em 2006.
Processo de reconstrução
A reconstrução do equipamento cultural, pertencente à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, começou em 2017 e foi dividida em três fases: restauro do interior e das fachadas; reconstrução da cobertura destruída no incêndio; e intervenções de ampliação e melhoria.
A partir de 2019, o Museu começou a receber implantação do conteúdo e das experiências, iluminação externa e a contratação da equipe.
O governo paulista recebeu apoio de dezenas de parceiros e apoiadores para entregar o patrimônio de volta à população, incluindo indenização do seguro e patrocínio de empresas. O Governo Federal também contribuiu com a obra, por meio da Lei Rouanet, além da Fundação Calouste Gulbenkian, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e do ID Brasil. Ao todo, o investimento foi de mais de R$ 85 milhões.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão de âmbito estadual, e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) acompanharam e aprovaram todas as etapas da obra.