Nossa Senhora Aparecida é um dos nomes mais procurados entre fieis que buscam cura, paz, serenidade, entre outros pedidos. A história de devoção à padroeira começou após uma imagem dela ter sido encontrada no fundo do rio Paraíba do Sul, em São Paulo, há mais de 300 anos. Existem versões distintas sobre como ela ficou negra, que originalmente era branca.
Apesar de não haver uma comprovação oficial, historiadores apontam duas principais hipóteses para a mudança da cor. Segundo o portal G1, o único consenso é de que se tratava originalmente de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que é branca e passou por um processo de enegrecimento.
A historiadora Tereza Pasin — autora do livro "História de Nossa Senhora Aparecida" — afirma em publicação que uma das principais hipóteses para a Santa ter o tom escurecido são as velas que sempre cercaram a imagem.
Ela conta que a imagem original se tratava de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. Por isso, no Brasil Colônia foram produzidas muitas imagens de Conceição.
Pasin afirma que a imagem encontrada foi confecionada em um mosteiro de Santana de Paranaíba, no interior de São Paulo, com barro paulista, por volta de 1650 — quase 70 anos antes de ter sido encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1717.
A fuligem das velas é uma das principais hipóteses para ter deixado a cor negra, destaca a historiadora.
Tempo embaixo d’água fez imagem perder tinta
Há pelo menos duas hipóteses sobre a imagem ter ido para o fundo do Rio Paraíba do Sul. A mais provável é que, depois de quebrada, algum fiel tenha se desfeito dela — jogando ela no rio — para evitar mau agouro.
"Manter defunto de barro dentro de casa era certeza de maldição", esclarece o jornalista Rodrigo Alvarez, autor de "Aparecida - A Biografia da Santa que Perdeu a Cabeça, Ficou Negra, Foi Roubada, Cobiçada pelos Políticos e Conquistou o Brasil" (Globo).
Outra hipótese, menos difundida, sustenta que a escultura, exposta numa capela de Roseira, município vizinho de Aparecida, teria sido arrastada durante uma enchente até o Paraíba do Sul.
Apesar disso, o fato do encontro ter acontecido no rio sustenta um outro motivo atribuído ao escurecimento da imagem. Segundo a historiadora e devota Rachel Abdala, em matéria do G1, o contato com a água fez a confecção perder boa parte da tinta.
“Não sabemos quanto tempo a imagem ficou no rio, mas é certo que foram anos. E todo esse tempo fez com que o contato direto com a água apagasse parte da tinta e a imagem voltasse à cor original do barro”, conta Abdala.