Uma mulher passou mais de 24 horas com uma barata no ouvido após não conseguir a remoção em hospitais da rede pública de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. O inseto entrou no corpo de Aline Lopes por volta das 3h30 da madrugada, entre sábado (2) e domingo (3).
O bicho só foi removido do ouvido dela nesta segunda-feira (6), por um médico de clínica particular que ofereceu o atendimento gratuito por conta da repercussão do caso.
"Estou com a orelha inchada ainda, está tampada, mas ele [médico] conseguiu remover a barata do ouvido. Foi muito rápido, não demorou nem dois minutos", disse Aline no Instagram nesta segunda.
A carioca dormia quando sentiu o inseto se aproximando: "Antes ela [a barata] bateu, mas [eu] estava dormindo. O desespero foi tanto que ela entrou no meu ouvido. Foram horas de agonia com ela me mordendo e mexendo".
Falta de materiais em hospital
A primeira tentativa de Aline foi no Hospital Otime Cardoso dos Santos. Ela conta que foi atendida rápido, mas os enfermeiros não conseguiram o material adequado para a retirada da barata.
"Quando deu 7h da manhã não tinha mais o que fazer porque eles não tinham material adequado para isso. Não tem nenhum material e medicamentos para ouvidos. Nem se cair um feijão eles conseguem tirar porque não tem material", comenta.
Ela conta que jogaram água para tentar limpar e até tentaram pegar o animal com uma pinça, mas ela acabou sendo mais machucada. Ela relatou que a dor era "insuportável". A barata estava atrás do tímpano dela.
"A Prefeitura de Cabo Frio informa que o atendimento à paciente em questão foi realizado na emergência do Hospital Otime Cardoso dos Santos. Por se tratar de um caso específico, em que é necessária a atuação de médico especialista, foi agendado atendimento no PAM de São Cristóvão, para hoje [nesta segunda], às 11h, com um otorrinolaringologista. Contudo, a paciente conseguiu atendimento antes deste horário em clínica particular", disse a Prefeitura em nota ao g1.
Nova tentativa
Em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha para onde foi orientada a tentar atendimento, ela passou por um procedimento para remover resíduos da barata. O inseto acabou morrendo afogado.
"Eles começaram a puxar de pouquinho em pouquinho, só que ela estava viva ainda. Quanto mais eles puxavam, mas ela entrava. E ficou nessa guerra. A médica então falou: 'a gente vai ter que afogar ela' e então jogaram água e vaselina", relata.
Nota na íntegra da Prefeitura de São Pedro da Aldeia:
"A Secretaria de Saúde informa que a paciente, moradora de Cabo Frio, deu entrada no Pronto Socorro de São Pedro no domingo (05/06), com relato de corpo estranho no ouvido direito (barata). A paciente relatou também que estava em outro hospital e que houve a tentativa de retirar, porém sem sucesso. A gestão municipal solicitou avaliação do otorrinolaringologista, onde foi regulada via SER - Sistema Estadual de Regulação, negada pelo Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), referência na região, por ser fora do perfil da unidade. A Secretaria de Saúde solicitou, ainda, a vaga zero (urgência) à Central Estadual de Regulação e fez contato com o município de Cabo Frio, onde conseguiu o atendimento com o otorrino do ambulatório do PAM cabofriense. Ao comunicar a paciente, a mesma informou que havia conseguido atendimento em uma clínica particular".