Quatro óbitos são investigados pelo Ministério da Saúde por suspeita de terem sido provocados pela Febre Oropouche — arbovirose que possui sintomas semelhantes ao da dengue e da chikungunya. Nessa quarta-feira (20), a pasta detalhou que as mortes analisadas aconteceram nos estados da Bahia (2), do Maranhão (1) e de Santa Catarina (1).
No comunicado, o órgão frisou que, até o momento, a relação entre os falecimentos e a doença não foi confirmada oficialmente. A condição é geralmente transmitida pelo mosquito Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
"Para se confirmar um óbito por Febre do Oropouche, é necessária uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos e epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos", explicou o Ministério da Saúde ao Diário do Nordeste.
Somente neste ano, o Brasil já confirmou 6.285 casos da doença, conforme dados divulgados pela Pasta. No ano passado, somente 835 foram registrados.
CASOS NA BAHIA
Na última segunda-feira (17), a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou que registrou dois óbitos supostamente causados pela arbovirose. No comunicado, informou aguardar a confirmação do diagnóstico por parte do Ministério da Saúde.
A pasta baiana detalhou que o primeiro caso seria de um residente do município de Valença, de 24 anos, avaliado como positivo pela Câmara Técnica da Bahia. A vítima teria passado por avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial rigorosa.
"O diagnóstico foi obtido através de RT-PCR para Oropouche, que se mostrou positivo após a exclusão de outras doenças como Zika, Dengue, Chikungunya e Leptospirose, além de infecções por meningococo, Hemophilus e pneumococo, todas apresentando resultados negativos", disse a Sesab.
Apesar de o caso ser avaliado como positivo pelo órgão da Bahia, o Ministério da Saúde ainda não confirmou a relação da morte com a doença.
Já o segundo caso suspeito registrado na Bahia seria um residente de Camamu, de 22 anos. Este continua em investigação pelas autoridades de saúde do Estado e do País. Conforme a Sesab, o corpo será submetido aos mesmos exames do primeiro caso, adicionando a análise genômica.
FEBRE OROPOUCHE
Provocada pelo arbovírus — microrganismo transmitido por mosquito — Orthobunyavirus oropoucheense, a doença é responsável por casos isolados e surtos no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica, desde que foi descoberta, em 1960, a partir da amostra de sangue de uma bicho-preguiça, capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
A transmissão da doença é feita principalmente por mosquitos, em especial o Culicoides paraenses. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do inseto por alguns dias. Quando ele pica outro indivíduo saudável, pode transmitir a arbovirose para ele.
Sintomas
Os sinais da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya, e incluem:
- dor de cabeça;
- dor muscular;
- dor nas articulações;
- náusea;
- diarreia.
O diagnóstico da arbovirose é clínico, epidemiológico e laboratorial. A orientação do Ministério da Saúde é que todo caso deve ser notificado.
Tratamento
Conforme o MS, não existe tratamento específico para a virose. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
Prevenção
A autoridade de saúde indica os seguintes cuidados para se prevenir da Febre do Oropouche:
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
- Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas;
- Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.