Justiça do Amazonas anula licença para obras de asfaltamento na BR-319

A ação civil pública foi movida pelo Observatório do Clima

A 7ª Vara Ambiental e Agrária da Seção Judiciária do Amazonas (SJAM) derrubou a licença para obras de asfaltamento na BR-319, nesta quinta-feira (25). A ação civil pública foi movida pelo Observatório do Clima. As informações são do g1

O asfaltamento da rodovia, que conecta Manaus e Porto Velho ao restante do país, pode afetar cerca de 300 mil km² da Amazônia.

A obra também afetaria Terras Indígenas (TIs) e Unidades de Conservação (UCLs). O Ministério dos Transportes alegou, em junho, que a obra é ambientalmente viável. A Pasta ainda alega que é preciso ser cumprido uma implantação de 500 km de proteção física, visando preservar a fauna do local. 

Assinada pela juíza Maria Elisa Andrade, a decisão revela que a falta de análises desta natureza comprometem o controle governamental e pública, assim "enfraquecendo os compromissos nacionais para mitigar a crise climática". 

Em decorrência do descumprimento da decisão, uma multa de R$ 500 mil poderá ser aplicada. 

Em 2022, o governo Bolsonaro chegou a conseguir uma licença concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

O que diz o Dnit e o Ibama

O Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) informou à CNN que foi notificado da decisão e está analisando as medidas a serem realizadas. 

Já o Ibama informou ao veículo que não foi formalmente intimado da liminar e irá se pronunciar quando tiver mais informações do caso. 

Quem será afetado com a obra da BR-319

  • 9 cidades no Amazonas.
  • 320 habitantes;
  • 49 terras indígenas;
  • 49 unidades de conservação; 
  • 140 mil km² de florestas públicas não destinadas.