A Justiça de Minas Gerais autorizou nesta quarta-feira (11) um casal a registrar o filho de 11 dias com o nome Piiê, como era chamado o primeiro faraó negro do Egito. O caso ganhou repercussão após os pais divulgarem a dificuldade em conseguir fazer o documento do bebê.
O cartório escolhido pela família não aceitou o registro por conta da grafia, e ele tiveram de entrar na Justiça. A decisão favorável a eles indicou que o bebê deve ser registrado até o fim da tarde desta quinta-feira (12), segundo o portal g1.
A juíza do processo inicialmente alegou que a criança poderia sofrer bullying no futuro, pois o nome parecia com o passo de balé "plié".
Em nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que o registro foi autorizado para respeitar a cultura da família.
"Considerando os novos argumentos trazidos, através do qual agora os pais explicitam a questão cultural que os guiou para a escolha do nome, os quais não foram apontados no pedido inicial [...]. Em respeito à cultura deles, autorizou o registro na forma pretendida, com a grafia original, "inclusive por entender que nomes estrangeiros devem mesmo observar a grafia do país de origem", diz nota.
'Herança de reis e rainhas africanas'
Em entrevista o g1, Danilo Prímola, pai de Piiê disse que ele e a esposa Catarina esperavam ansioso o nascimento do filho, pois tinham perdido um filho durante a gestação em 2020.
Ele disse que é importante que o filho cresça sabendo suas raízes. "Tem as vacinas que ele tem que tomar, teste do pezinho, tudo isso a gente precisa da documentação dele pronta. É importante pra ele saber também que nossa herança é de reis e rainhas africanas, que ele vem desse povo", afirmou a mãe da criança, Catarina Prímola.