Jovem baleada por agentes da PRF está em coma induzido; superintendente diz que caso é 'mais um evento traumático'

Juliana Leite Rangel foi baleada com um tiro de fuzil na noite de Natal, em rodovia do Rio de Janeiro

(Atualizado às 18:46)

A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada com tiro de fuzil na cabeça durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na rodovia Washington Luís (BR-040), no Rio de Janeiro, apresenta quadro de saúde estável. A informação foi confirmada pela médica intensivista do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, nesta quarta-feira (25).

Segundo a médica, Juliana "está em ventilação mecânica e recebendo medicamento para manter a pressão estável. Apesar da gravidade, há um padrão de estabilidade, uma vez que a jovem não apresentou piora no quadro de saúde".

Assim, o estado é considerado grave, porém estável. Ela segue em ventilação mecânica e em coma induzido. "Da hora que ela chegou para agora, não teve piora, ela se manteve num grau de gravidade que estabilizou com a medicação e não teve piora. Ou seja, temos uma gravidade, mas num padrão de estabilidade, até o momento", detalhou Juliana Paitach.

A intensivista confirmou que o projétil que atingiu o crânio de Juliana foi retirado durante cirurgia. Apesar da lesão grave, continuou a médica em entrevista, Juliana não tem um sinal de gravidade para uma hipertensão intracraniana. "A gente vai ter que acompanhar, ver como vai evoluir", citou a médica.

Afastamento de agentes

A PRF informou que os dois homens e a mulher que participaram da abordagem ao carro da família de Juliana Rangel na BR-040 “foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”. Os dois fuzis e a pistola usados pelos agentes foram apreendidos pela Polícia Federal, que está encarregada das investigações.

A PF informou que as armas dos agentes da PRF passarão por análise pela perícia técnica criminal, que determinará de que arma saiu o projétil que atingiu a vítima na cabeça.

O superintendente geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, classificou como "mais um evento traumático" a ação. "Temos feito esforços e adotado procedimentos para mudar a forma de atuação da polícia e o efetivo tem se esmerado nesses esforços, como mostram os nossos números", disse Antônio Fernando Oliveira, em entrevista à Globonews. "Mas, infelizmente tenho que voltar aqui hoje para falar sobre mais um evento traumático", completou.

Oliveira citou a instituição de uma comissão de direitos humanos na PRF, além de treinamentos recorrentes de atuação no combate ao crime. O superintendente afirmou que as medidas estão sendo bem recebidas por todo o efetivo e garantiu que não há ligação alguma entre o ocorrido e a publicação do decreto para regulamentar o uso da força policial no País pelo Governo Federal.