O inquérito do caso que investiga a morte de Djidja Cardoso aponta que a ex-sinazinha do Boi Garantido sofria torturas físicas da própria mãe, a empresária Cleusimar Cardoso, que segue presa desde o dia 30 de maio. As informações são do g1.
O documento traz depoimentos de testemunhas do caso, incluindo a empregada doméstica que trabalhava na casa da família Cardoso desde 2022. A mulher contou à polícia que Cleusimar apresentava comportamento agressivo e machucava a filha.
Segundo a trabalhadora, Cleusimar assanhava os cabelos de Djidja, dava beliscões e torcia seu braço. "Djidja estava fraca e mal conseguia se defender e inclusive sempre pedia para Cleusimar parar com o comportamento que a machucava", afirmou.
A ex-sinhazinha aparece com um corte profundo no couro cabelo em um vídeo anexado no inquérito, mas ainda não se sabe o que causou o ferimento. A empregada também disse que o uso de cetamina e do anabolizante Potenay por parte da família se tornou frequente ao longo dos anos.
Entenda o caso
Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no dia 28 de maio. A suspeita é de que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina durante um dos rituais propostos pelos parentes. A mãe e o irmão foram presos dois dias depois.
Na casa da família Cardoso, a Polícia encontrou seringas, doses de cetamina e medicamentos. Além disso, os investigadores disseram que o lugar tinha "cheiro de carne em estágio de putrefação".
A defesa da mãe e do irmão alega que eles são "extremamente dependentes químicos". Conforme a Polícia, os rituais da seita da família Cardoso prometiam "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação" com o uso de cetamina.
Participavam desses rituais funcionários dos salões de beleza de Djidja, Cleusimar e Ademar, além de amigos da família. Três colaboradoras dos salões, inclusive, foram presas por suspeita de aliciamento de integrantes para o grupo.