Homem faz vasectomia em hospital da Uerj e processa instituição em R$ 200 mil após esposa engravidar

Universidade alega que homem assinou documento que alertava de chance de falha

Um homem de 43 anos, que realizou vasectomia em um hospital da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), abriu um processo contra a instituição após a esposa dele engravidar. O caso foi revelado pelo jornal Extra nesta quarta-feira (12).

Ele pede indenização por danos morais de R$ 200 mil e pensão de cinco salários mínimos mensais para a criança até que ela complete 24 anos.

O homem realizou o procedimento em abril de 2019, quando já tinha dois filhos. A cirurgia foi feita no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). 

Em agosto, ela chegou a realizar um espermograma que constatou a ausência de espermatozoides. Dois meses depois do exame, a esposa dele engravidou. A gravidez chegou a causar uma crise no casamento, por suspeitas de infidelidade.

Procedimento tem taxa de falha

A defesa do homem questiona se a cirurgia foi mal sucedida ou o exame de espermograma foi mal executado. Eles também alegam que a unidade de saúde não alertou que o procedimento não tem 100% de garantia. 

A UERJ apresentou documentos assinados pelo paciente onde consta a informação sobre a possibilidade de recanalização - quando os tubos deferentes cortados na cirurgia se juntam novamente. O caso ocorre em 1 em cada 2000 cirurgias. 

Também foi solicitado pela defesa da universidade que o homem apresente um exame de DNA que comprove a sua paternidade. Já a defesa do homem apresentou laudo médico que aponta ser necessário a realização de dois exames de espermograma para que o paciente seja liberado. 

Em nota, a policlínica disse que, durante todo o processo de vasectomia, o paciente recebe orientações sobre prevenção de gravidez.