A Polícia Civil encerrou uma festa clandestina com cerca de 500 pessoas na madrugada deste sábado (13) na estrada de Itapecerica, no Capão Redondo (zona Sul da capital paulista). Já a Vigilância Estadual conseguiu chegar antes mesmo do início de um evento, na Freguesia do Ó (zona Norte).
"Estamos vivendo uma situação caótica, com hospitais sem vagas em UTIs, e jovens ainda agem de forma inconsequente realizando esse tipo de evento clandestino. O momento exige que, por cautela, festas não sejam realizadas para evitar a disseminação do vírus", destacou em nota Carlos César Marera, diretor de fiscalização do Procon-SP.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que, no caso deste sábado, os frequentadores estavam aglomerados sem máscaras de proteção ou outras medidas para conter o avanço da Covid-19. A Vigilância Sanitária e o Procon foram acionados e aplicaram autuações no estabelecimento.
De acordo com a SSP, o Grupo Armado de Repressão a Roubos (Garra) apreendeu três máquinas de cartões, mil convites, um simulacro de arma de fogo tipo pistola, 27 frascos de substância que aparentava ser lança-perfume, 31 papelotes e quatro eppendorf's, aparentemente, de cocaína.
O caso foi encaminhado ao DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), onde foi registrado um termo circunstanciado de infração de medida sanitária preventiva. O Inquérito Policial será instaurado para a apuração do crime de tráfico de drogas. Um homem foi apontado como um dos organizadores do evento e será investigado.
Outras festas encerradas
Tais eventos clandestinos não foram os primeiros suspensos pelas autoridades de segurança ao longo desta semana. Na quarta-feira (10), a Guarda Civil Municipal (GCM) de São Bernardo do Campo (ABC) interrompeu uma festa com 500 pessoas às margens da represa Billings.
Já na madrugada desta sexta-feira (12), a Polícia Civil encerrou uma balada com 170 jovens, a qual ocorria uma tabacaria sem ventilação no Tatuapé (zona leste). Festas e eventos estão proibidos no estado paulista em razão da pandemia da Covid-19.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, gestão João Doria (PSDB), pelo menos 17 estabelecimentos foram autuados na capital pela Vigilância Sanitária na madrugada deste sábado por descumprirem novas normas de circulação definidas pelo governo estadual. Destes, quatro foram autuados por aglomerações e funcionamento após o horário permitido.
Também houve a interdição de três locais, incluindo duas festas clandestinas. As ações ocorreram nos bairros do Jaguaré, Freguesia do Ó, Alto de Pinheiros, Capão Redondo e Alto de Pinheiros.
Medidas de fiscalização
O governo tucano anunciou sexta (12) a criação de um Comitê de Blitze em conjunto com a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), para reforçar o trabalho de fiscalização e o cumprimento das restrições previstas no Plano São Paulo na capital. O objetivo é coibir festas clandestinas e aglomerações em estabelecimentos comerciais irregulares.
Atualmente, o estado paulista está na fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, na qual qualquer tipo de evento é proibido. Devido ao aumento de infecções e mortes decorrentes do novo coronavírus, o governador João Doria determinou que todas as cidades paulistas terão toque de recolher das 20h às 5h a partir desta segunda-feira (15).
O cidadão pode denunciar festas clandestinas e funcionamento irregular de serviços que não sejam essenciais pelo telefone 0800-771-3541 e também pelos sites do Procon-SP ou do Centro de Vigilância Sanitária.