A partir deste ano, o dia 20 de novembro é considerado feriado nacional em todo o Brasil, conforme a Lei 14.759/2023. Essa data celebra o Dia da Consciência Negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes da revolução negra contra a escravidão no País.
A nova legislação entrou em vigor em dezembro de 2023, após a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Anteriormente, a data era celebrada de forma simbólica em vários estados do Brasil, como forma de relembrar a luta da comunidade negra contra a opressão e o racismo.
A data foi sugerida pela primeira vez em 1971, por um grupo de jovens negros de Porto Alegre que pesquisavam a história das revoltas contra a escravidão no Brasil. O dia 20 de novembro foi escolhido em alusão à data da morte de Zumbi dos Palmares, líderes do Quilombo dos Palmares, que abrigava milhares de escravizados fugidos.
Após esta quarta-feira, 2024 terá apenas mais um feriado antes do fim do ano. Este será o dia 25 de dezembro, quando se comemora o Natal.
Relembre quem foi Zumbi dos Palmares
Zumbi nasceu aproximadamente em 1655, numa localidade situada entre Pernambuco e Alagoas, onde posteriormente seria formado o Quilombo dos Palmares. Ele foi casado com Dandara, companheira que o ajudava em confrontos contra tropas portuguesas.
Quando criança, Zumbi foi cuidado pelo padre Antônio Melo, em Porto Calvo, e recebeu o nome de Francisco. Aprendeu português e latim, além de ser iniciado na fé católica. Aos 15 anos, voltou para o Quilombo dos Palmares, onde começou a ganhar notoriedade ao defender os escravizados fugidos.
Com cerca de 20 mil habitantes, o quilombo foi considerado o maior da América Latina. Lá, Zumbi se tornou líder aos 25 anos e garantia a segurança dos membros contra as forças portuguesas que buscavam destruir o local.
O líder dos Palmares foi morto em 20 de novembro de 1965, delatado por Antônio Soares, um dos membros do quilombo. A morte de Zumbi virou inspiração não apenas para o feriado desta quarta-feira, mas também para a concepção de uma liberdade conquistada pelos escravizados e não concedida pela Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 1988.