Ex-funcionários de uma clínica odontológica de luxo de São Paulo denunciaram a proprietária do local, a dentista Larissa Bressan, por assédio moral e sexual. A denúncia foi exposta em reportagem do programa jornalístico Fantástico, da TV Globo, exibido no domingo (27). Ela nega as acusações.
Segundo os ex-funcionários, a cirurgiã-dentista obrigava os subordinados a tirarem a roupa na frente de colegas. Além disso, os momentos de assédio sexual também se estendiam ao fato de que ela própria se despia no meio do expediente, obrigando os empregados a assistirem à cena.
Acusações de assédio moral e sexual
Ao todo, 11 ex-funcionários da Hiss Clinical foram ouvidos pela reportagem do Fantástico. Toques inapropriados e constrangimento sexual foram algumas das denúncias reforçadas por todos. Alguns dos ex-funcionários trabalharam no local apenas um dia, enquanto outros permaneceram por meses e outros por pouco mais de um ano.
Uma das ex-funcionárias ouvidas chegou a detalhar a cena de assédio que ocorria comumente na clínica. "Ela abaixava as calças, mostrava as partes íntimas dela. E ela passava a mão, fazia as pessoas cheirarem", disse a mulher.
Além das cenas de assédio sexual, os responsáveis pela denúncia relataram frequente assédio moral no local de trabalho. Diariamente, Larissa Bressan faria reuniões em que os trabalhadores eram humilhados com gritos e ameaças por atitudes dentro da clínica.
Um dos áudios gravados das reuniões, acessado pelo Fantástico, registrou um momento em que ela diz "se eu pudesse, eu te jogava do 12º andar".
Os funcionários contratados para a clínica tinham, basicamente, o mesmo perfil. Eram jovens e estavam no primeiro emprego, geralmente dependendo do salário de pouco mais de R$ 1 mil.
Resposta da defesa
Em nota ao Fantástico, a defesa de Bressan comentou as acusações. No comunicado, informaram que, em 11 anos de consultório, não teriam tido ciência de nenhum dos casos relatados, citando que a dentista não teria sido procurada para uma conversa.
"Os ataques à honra da cirurgiã-dentista começaram após a demissão de um funcionário", alega a defesa, também afirmando que a profissional de saúde estaria sendo alvo de uma "campanha de discurso de ódio" para prejudicá-la após a demissão do funcionário.