A Polícia Civil de São Paulo apura o caso em que um cachorro da raça Spitz Alemão perdeu parte do focinho após ser atacado por um cão da raça Bull Terrier em São José dos Campos, no último dia 9 de outubro.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais e a tutora do animal chamado Fox fez a denúncia. Segundo o g1, o spitz alemão precisou de três cirurgias e ainda está internado em São Paulo. Os policiais investigam a responsabilidade do tutor do cão envolvido no ataque.
Sofia Albuquerque, tutora de Fox, lembra do pavor na ocasião. "Ficamos em pânico, totalmente sem reação e a gente basicamente só gritava. O sentimento que a gente teve foi de pânico porque a gente nunca imaginou na nossa vida que alguma coisa dessa aconteceria", afirmou ao g1.
O cão atacado estava no quintal de casa quando foi pegue pelo cão do vizinho, conforme o boletim de ocorrência registrado. "O cão Fox aproximou-se do portão para cheirar o cão Mancha, porém como Mancha estava sem focinheira, acabou por morder o focinho do cão Fox", detalha trecho do documento.
No boletim de ocorrência também consta que o vizinho deixou o local enquanto as tutoras de Fox o levaram para veterinária. O documento indica que as tutoras de Fox tentaram conversar com ele, mas o homem deixou a casa sem prestar esclarecimentos.
O g1 buscou contato com o tutor do cão que atacou o spitz alemão, mas não obteve retorno.
Trabalho policial
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar a responsabilidade do tutor do cão que atacou o outro animal. A delegada Maura Braga, responsável pela investigação do caso, informou que esse processo está na fase final.
“Ouvimos várias testemunhas do caso, as tutoras do Fox e analisamos várias imagens de câmeras de segurança para auxiliar na investigação. Para encerrar a investigação ainda falta ouvirmos os tutores do Bull Terrier, mas eles não responderam às intimações que fizemos. Ainda solicitei uma análise comportamental [do Bull Terrier] para entendermos o comportamento do animal”, explicou.
A situação é classificada como crueldade contra animais, crime que pode ocasionar pena de até cinco anos de prisão e multa ao tutor do bull terrier.
“Agora precisamos entender se o homem usou o animal como uma arma, já que identificamos que essa não é a primeira vez que o Bull Terrier ataca outro cachorro. O animal não pode ser responsabilizado, mas queremos entender se o tutor incentiva esse tipo de comportamento”, concluiu a delegada.
O investigado pode ser indiciado por coação no curso do processo, porque a polícia recebeu denúncias de que ele ameaçou testemunhas do caso. O homem investigado também foi multado em R$ 400 pela prefeitura por não colocar focinheira no cachorro durante o passeio.
Saúde do cachorro Fox
Fox é o primeiro cachorro da família, adotado há 7 anos. "A gente está sofrendo muito pelo fato de não ter sido acidente, e sim um crime. Isso causa bastante revolta na gente", compartilhou Sofia.
O animal está internado há 12 dias, tendo sido acompanhado por 10 dias numa clínica de São José dos Campos e, há dois dias, internado em São Paulo, onde espera pela quarta cirurgia. Não há previsão para a alta.
Os veterinários inseriram sondas nas narinas para que o animal pudesse respirar, mas também foi preciso fazer uma cavidade para que Fox respirasse pelo pescoço. O bicho também se alimenta por meio de sonda.
"Aqui em São Paulo está sendo complicado acompanhar ele. Por ser uma UTI, as visitas são muito rígidas e muito limitadas. Fora que a gente também não é de São Paulo, então a gente tem que ou se hospedar aqui ou ficar se deslocando todos os dias pra conseguir visitar", destacou Sofia.
As tutoras do animal calculam que já foi necessário mais de R$ 14 mil para os procedimentos médicos.