Brasil e Japão terão isenção de visto a partir de 30 de setembro; saiba procedimentos necessários

O acordo inédito permitirá mutuamente a entrada de pessoas em viagens com duração de até 90 dias

Viajar para o Japão continuará distante, mas bem menos burocrático. Pela primeira vez na história, não haverá necessidade de vistos no processo de entrada no país. Os governos das duas nações chegaram a um acordo inédito, com validade a partir do fim de setembro, para permitir mutuamente o ingresso de pessoas em viagens com duração de até 90 dias.

O embaixador do Japão no Brasil, Hayashi Teiji, explicou os detalhes do acordo. Segundo ele, a medida representa um avanço nas relações bilaterais entre os países, além de garantir fluxo maior de turistas japoneses e brasileiros. As informações são do Metrópolis.

“Esperamos mais visitas e intercâmbios nos vários setores, sobretudo no turismo”, disse o embaixador. Com o entendimento comum entre as nações, o procedimento para japoneses e brasileiros foi facilitado. 

Basta comprar a passagem e viajar com o passaporte em mãos para entrar no país. Vale lembrar que o visto de emergência não vale nesses casos, pois ele não tem o chip necessário para identificação do visitante no Japão.

“Não é complicado. Não precisa visitar a Embaixada do Japão. Só com seu passaporte efetivo você pode visitar o Japão sem visto”, afirmou Hayashi Teiji.

Pontos de interesse

O embaixador lembrou que o Japão tem diversos pontos de interesse dos brasileiros. Ressaltou a culinária, os mangás (histórias em quadrinhos), animes, as cerejeiras e, acredite, samba: “Em Tóquio, temos um festival de samba que recebe meio milhão de visitantes”.

No primeiro semestre deste ano, o governo brasileiro anunciou que retomaria a exigência de vistos de turistas do Japão, dos Estados Unidos, da Austrália e do Canadá a partir de 1º de outubro. A medida só não entraria em vigor caso os países garantissem a reciprocidade, ou seja, que os cidadãos brasileiros também fossem contemplados.

Essa dispensa de visto para turistas de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão foi efetivada no governo Lula, embora adotada em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Na época, porém, o governo afirmou que a medida não prejudicava o princípio de reciprocidade, pois a dispensa teria sido adotada para incentivar a geração de emprego e renda no Brasil. 

Decisão similar foi adotada durante o governo de Dilma Rousseff (PT), mas vigorou apenas durante as Olimpíadas de 2016. Para a ocasião, Dilma autorizou que cidadãos dos quatro países fossem dispensados do visto, desde que viessem ao país para assistir ao evento esportivo.

Dois anos depois, o Ministério do Turismo chegou a propor o fim da exigência de visto de maneira definitiva, mas o Itamaraty se manifestou de forma contrária, sob o argumento de que deveria prevalecer o princípio da reciprocidade.