Um dia após a vitória no segundo turno, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) recebeu a visita do embaixador de Israel Yossi Shelley, sinalizando um alinhamento do Brasil com os EUA na política externa para o Oriente Médio. Esse gesto vai na contramão do que se viu no período petista, quando o ex-presidente Lula chegou a receber, em 2009, o então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O país persa é arquiinimigo de Israel, também um aliado chave dos EUA na região rica em petróleo e estratégica para o desenvolvimento de energia e mineração.
"Nossos laços de amizade se traduzirão em acordos onde nossos povos serão os maiores beneficiados", comentou o capitão reformado do Exército ao postar a imagem em suas redes sociais.
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O diplomata transmitiu a Bolsonaro os cumprimentos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Atualmente, desde que os EUA mudaram a sede de sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, irritando os líderes palestinos, há uma expectativa sobre outros países que podem seguir essa decisão americana. O Paraguai, Honduras e Guatemala já fizeram isso.
Desde a proclamação da vitória no domingo, Bolsonaro tem conversado com líderes mundiais. O presidente americano Donald Trump usou o Twitter para comentar que teve uma ótima conversa com o brasileiro e que os dois vão "trabalhar estreitamente em temas comerciais, militares e tudo mais".
"Tive uma ótima conversa com o recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que venceu com uma margem substancial", tuitou Trump. "Concordamos que o Brasil e os EUA trabalharão juntos em temas como comércio, forças armadas e tudo mais! Ligação excelente, desejei a ele parabéns!".
Sebastián Piñera, presidente do Chile, também já falou com Bolsonaro e combinou uma visita ao país andino. O presidente Piñera é um aliado e esperamos fortalecer os laços", declarou o deputado federal Onyx Lorenzoni, do núcleo político do presidente eleito, a um canal chileno.
Matteo Salvini, líder da extrema-direita na Itália e ministro do Interior do país, também celebrou o êxito de Bolsonaro. O interesse de Salvini é conseguir a extradição do ex-militante de esquerda Cesare Battisti, condenado por assassinato na Itália. Durante os governos petistas, Battisti conseguiu continuar no Brasil e evitar cumprir sua condenação na Itália.