O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que deve publicar até esta terça-feira (1º) uma portaria que permitirá a entrada de ucranianos no Brasil por meio da concessão de visto humanitário.
O anúncio foi feito em entrevista à Rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (28). "Está aberto via passaporte humanitário a vinda para o Brasil, de ucranianos. Serão muito bem-vindos. Até de familiares, temos grande parte de familiares de ucranianos no Paraná. Eles têm parentes lá, se quiserem trazer pra cá, o caminho está aberto".
Segundo o presidente, os refugiados deverão procurar a embaixada do Brasil para fazer a solicitação do visto humanitário que deve ser "publicada hoje ou amanhã, a portaria nesse sentido, e serão cadastrados e poderão vir pra cá", afirmou.
Os conflitos no leste europeu seguem para o 6ª dia consecutivo nesta terça-feira (1º). Até o momento, estima-se que mais de 500 mil pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos, após a invasão das tropas russas.
Sanções econômicas
Ainda na entrevista, Bolsonaro disse que dificilmente as sanções econômicas impostas à Rússia devem prosperar, e que caso permaneçam poderão prejudicar o agronegócio brasileiro.
Para o presidente, as sanções econômicas impostas à Rússia esbarram nos interesses internos dos outros países. "Acredito que essas sanções econômicas dificilmente prosperem, tendo em vista os próprios interesses dos países. E, se tiver sanções econômicas, o nosso agronegócio será seriamente afetado", afirmou.
Bolsonaro disse que não se deve resolver um problema e criar outros. "Nenhum país quer que as sanções os atinjam, o Brasil não é diferente. Estamos trabalhando como nosso embaixador Ronaldo Costa, de modo que o Brasil não seja prejudicado nessa questão, porque se prejudicar o nosso agronegócio, como fica nossa segurança alimentar? Sem fertilizante no Brasil você de imediato perde a produtividade. E a inflação de alimentos?", indagou.
O presidente também disse que no momento não tem o que conversar com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. "Eu lamento aqui, se depender de mim não teremos guerra no mundo".