Ataque em terra Yanomami deixa criança morta e outros cinco indígenas feridos

Segundo Ministério dos Povos Indígenas, os indígenas feridos seguem em atendimento

Uma criança morreu e outros cinco Yanomami ficaram feridos após ataque a tiros em uma aldeia na região de Parima, em Roraima, nessa segunda-feira (3). Segundo o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), equipes foram enviadas ao local e as vítimas foram socorridas, mas os responsáveis pelos disparos fugiram. 

Servidores do MPI foram enviados à aldeia com policiais federais, militares e agentes da Força Nacional de Segurança. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) deslocou os servidores que atuam na base de apoio da região, já conhecida pela presença dos garimpeiros ilegais.

As suspeitas são de que garimpeiros que ainda atuam no território tenham planejado o ataque. Este, inclusive, não é o primeiro registrado contra indígenas no mesmo território este ano. Em abril, um Yanomami morreu e outros dois foram baleados.

"O MPI reforça que segue trabalhando com as demais esferas de governo buscando a completa retirada dos garimpeiros das terras indígenas. Essa atividade degrada não só o meio ambiente, mas ataca o modo de vida e toda a organização social dos povos indígenas", disse o ministério em nota oficial.

Emergência

Uma emergência de saúde pública foi decretada na Terra Yanomami desde o dia 20 de janeiro. O Governo Federal, então, tem determinado ações na tentativa de frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão (retirada de quem não é originário de área legalmente demarcada como indígena) de garimpeiros do território.

O processo de retirada dos garimpeiros ocorre com o auxílio do Ibama, PF, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal. A operação visa a destruição da estrutura usada pelos garimpeiros e na interrupção do envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.